Milho: Com previsão de melhora no clima no Meio-Oeste, mercado termina pregão em campo negativo

Publicado em 15/10/2014 18:03

No pregão desta quarta-feira (15), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia do lado negativo da tabela. Durante os negócios, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e fecharam a sessão com quedas de mais de 9 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,47 por bushel.

Em relação ao fechamento anterior, os vencimentos registraram desvalorizações entre 2,46% e 2,66%. Segundo informações divulgadas pelo site internacional Farm Futures, o mercado foi pressionado pelas previsões climáticas, que apontam para o tempo mais seco no Meio-Oeste dos EUA a partir do final desta semana e deverá durar até o final do mês.

Com isso, a expectativa é que os trabalhos nos campos norte-americanos avancem nos próximos dias. No último boletim de acompanhamento de safras, reportado nesta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou a colheita completa em 24% da área cultivada até o último dia 12 de outubro.

O percentual colhido ficou pouco abaixo da expectativa dos participantes do mercado que apostavam em um número entre 25% a 28%. Na semana  passada, o índice estava em 17%. Ainda assim, a média dos últimos cinco anos é de 43%. 

"Na previsão estendida não há tantas indicações de chuvas, o que deve acelerar a colheita", disse o economista Dennis Gartman, em entrevista à Bloomberg. "A maquinaria moderna nas fazendas são incríveis. E com alguns dias de tempo bom teremos no próximo relatório do USDA um avanço nos trabalhos nos campos, tanto para a soja, como para o milho", completa.

Além disso, com as fortes quedas registradas no mercado financeiro, os investidores cautelosos resolveram realizar lucros. As economias globais mais fracas e as preocupações com os surtos do Ebola podem afetar os negócios mundiais, ainda segundo informações divulgadas pelo Farm Futures. 

Análise gráfica

De acordo com o analista de mercado da Smartquant Fundos de Investimentos, Antônio Domiciano, a tendência de vendas de posições ainda permanece muito elevada para o mercado de milho. "Os contratos do cereal assim como em outras commodities experimentaram essa tendência drástica de vendas, porém a queda já ocorreu e a região que o milho encontrou um importante suporte foi próximo de US$ 3,10 US$ 3,20 por bushel", afirma. 

Ainda assim, o analista destaca que, se o contrato dezembro/14 atingir um nível de US$ 3,60 a US$ 3,70 e trabalhar acima desse patamar, o mercado pode registrar um novo movimento de alta. "Poderemos ter um respiro dentro de uma tendência de queda e o vencimento pode chegar a US$ 4,20 por bushel. Mas não é fácil, a subida será difícil devido à tendência de venda que é muito forte", ratifica Domiciano.

Mercado interno

Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a quarta-feira foi de estabilidade para os preços praticados no mercado interno. Em São Gabriel do Oeste (MS), a valorização foi de 1,24% e a saca terminou o dia cotada a R$ 16,30. Em Jataí (GO), a alta foi de 1,32%, com a saca cotada a R$ 17,66. No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade, com preço a R$ 24,00.

Sem modificação no cenário, os produtores rurais ainda seguram o milho à espera de novas oportunidades de comercialização. Enquanto isso, os compradores permanecem mais lentos nas compras. Entretanto, conforme destaca o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os demandadores, que estavam em posição confortável, terão que voltar ao mercado para adquirir o produto.

"A estratégia de reter as vendas agora é importante. E com a queda de 4 a 5 milhões de toneladas de milho na safra de verão, podemos comprometer o abastecimento no primeiro trimestre de 2015. E será um ano de excelente demanda do segmento de carnes. Considero 2014 o ano da carne brasileira e o ano que vem também será, precisaremos de mais milho", afirma Brandalizze.

Paralelo a esse quadro, as exportações brasileiras de milho ainda estão abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro até setembro, os embarques do cereal totalizam 11,1 milhões de toneladas, um recuo de quase 30% em relação a igual período de 2013. 

Enquanto isso, os agricultores ainda aguardam o anúncio de novas operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor). Nesta semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou um novo leilão para 90 mil toneladas de milho, que deverá ser realizado na próxima sexta-feira (17). Mas, a operação irá beneficiar somente os produtores do Tocantins.

Veja como fecharam os preços do milho nesta quarta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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