Avança semeadura do milho no Rio Grande do Sul

Publicado em 27/10/2014 10:06

O milho pode ser semeado de julho a janeiro no Rio Grande do Sul, mas historicamente o produtor concentra os plantios no cedo para evitar os veranicos que ocorrem nos meses de dezembro e janeiro. Com previsão de chuva acima da média até o final do ano, o risco de perdas por seca é menor, possibilitando o plantio do tarde, que pode favorecer o potencial produtivo das cultivares com a maior incidência de luz e calor nesse período.

De acordo com a Emater/RS, a área de milho estimada para o RS é de 846 mil hectares, chegando ao final de outubro com 65% desta área semeada. A partir de outubro, a semeadura é conhecida pelo produtor como “plantio do tarde”, prática usual nas regiões mais frias onde é grande o risco de geadas tardias em setembro. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, Jane Machado, o plantio do tarde é a época em que os genótipos de milho têm maior expressão do seu potencial produtivo, no entanto, é o período com maior probabilidade de coincidir o florescimento da planta com o déficit hídrico. “Como a janela de plantio é ampla, o produtor precisa observar as condições climáticas da sua região, principalmente a disponibilidade de água nas fases mais críticas da cultura como germinação e emergência, florescimento e enchimento de grãos. Os ajustes começam com a escolha da cultivar, o ciclo, espaçamento e densidade adequados, visando o melhor aproveitamento da área disponível”, orienta a pesquisadora.

Clima

Segundo previsões da Estação Meteorológica da Embrapa Trigo com base nos dados do INPE/Inmet, a primavera será marcada por pancadas de chuva frequentes, principalmente no final do dia, clima bastante propício à emergência do milho. Contudo, como o fenômeno El Niño perdeu a intensidade, a Região Sul não vai contar com abundância de chuvas no verão, mas também não deverá sofrer com secas muito severas.

Cultivares

Atualmente, são mais de 700 cultivares de milho indicadas para o cultivo nesta safra. São híbridos simples, híbridos simples modificados, híbridos triplos, híbridos duplos e variedades, que podem ainda se apresentar na forma convencional ou transgênica, sendo que os transgênicos aparecem com um ou mais eventos.

Conforme a pesquisadora Jane Machado, deve-se tomar cuidado especial na escolha da cultivar, pois grande parte do sucesso de uma lavoura está na escolha da semente, é preciso levar em conta a disponibilidade de investimento a ser empregado na lavoura, o tamanho da área e as condições edafoclimáticas da região. Em áreas maiores é importante fazer tanto o escalonamento de plantio, quanto o uso de cultivares de ciclos e características de resistência a doenças diferentes, para evitar a ação de condições adversas, que na presença de genótipo suscetível, pode levar a perdas consideráveis na lavoura.

Por que plantar milho?

O milho participa com 80% do fornecimento de energia e nutrientes para as agroindústrias de suínos e aves, além de excelente fonte de alimento para o rebanho na produção de leite, mas, acima de tudo, a importância do milho está na conservação do solo com a rotação de culturas para manutenção e sustentabilidade dos sistemas de produção da Região Sul.  A rotação com a cultura da soja reduz a incidência de pragas e doenças; fornece palha para o sistema plantio direto; ciclagem de nutrientes e redução da erosão devido a sua relação C/N elevada que garante a permanência de palha na superfície do solo por mais tempo. Também pode ajudar na reestruturação de solo melhorando a infiltração de água e a disponibilidade de nutrientes.

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Fonte:
Embrapa Trigo

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