Milho: Diante da perspectiva de aumento de 13% na área colhida nos EUA, mercado amplia perdas em Chicago

Publicado em 03/11/2014 12:07

Ao longo dos negócios desta segunda-feira (3), os futuros do milho dão continuidade ao movimento de queda. As principais posições da commodity ampliaram as perdas e, por volta das 12h22 (horário de Brasília), os futuros do cereal exibiam desvalorizações entre 3,75 e 4,25 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,73 por bushel.

O mercado é pressionado pelas especulações em relação ao avanço da colheita do grão nos Estados Unidos, conforme dados divulgados pelas agências internacionais de notícias. A perspectiva é que mais tarde ao atualizar os números de acompanhamento de safras, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporte a colheita próxima de 59%. 

Caso as projeções se confirmem, o número representará um aumento de 13% em comparação com o índice reportado na semana anterior, de 46%. A média dos últimos cinco anos é de 65%, de acordo com dados do departamento norte-americano. 

Segundo informações da Bloomberg, grande parte do Meio-Oeste dos EUA, incluindo os maiores estados produtores, Iowa e Illinois, receberá menos de 2,5 centímetros de chuvas nos próximos sete dias. Com isso, a perspectiva é que os produtores norte-americanos consigam avançar com os trabalhos nos campos. 

No mês anterior, os futuros do milho subiram mais de 17%, o primeiro aumento desde abril e o maior avanço desde julho de 2012. Situação decorrente ao atraso da colheita do grão norte-americano frente ao excesso de chuvas. 

"Agora, o tempo não parece ser um problema para a colheita nos EUA", disse Paul Georgy, presidente da Allendale Inc, em entrevista à Bloomberg. "Os mercado de grãos são mais baixo devido à realização de lucros e o progresso da colheita", completa.

Ainda hoje, o USDA deve trazer o boletim de embarques semanais, um importante indicador da demanda. E que também pode impactar nos preços futuros do milho.

BM&F

A segunda-feira também é de queda aos preços futuros do milho na BM&F Bovespa. As cotações do cereal recuam pelo segundo dia consecutivo e, por volta das 11h33 (horário de Brasília) registravam desvalorizações entre 1,77% a 2,18%. O contrato março/15 era cotado a R$ 28,68 a saca, após ter fechado a sexta-feira (31) a R$ 29,20. 

Depois das especulações em relação ao clima no Brasil, os investidores voltaram a focar os fundamentos, que segundo explica o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro, são negativos. Isso por conta da oferta, não só no país, mas no mundo também, e as estimativas para os estoques brasileiros, que no final da safra podem superar os 15 milhões de toneladas.

Diante desse cenário, o analista destaca que os preços devem buscar uma acomodação próximo de R$ 25,00 a R$ 27,00. Ainda assim, também é preciso considerar a redução na área destinada ao cereal na safra de verão, a projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indica uma safra ao redor de 27 a 29 milhões de toneladas, frente as 31 milhões de toneladas colhidas em 2013.

Ainda assim, com o atraso no plantio, alguns analistas sinalizam que a primeira safra pode ficar em 25 milhões de toneladas. Paralelo a esse cenário, o atraso no plantio da soja, especialmente no Centro-Oeste do país têm comprometido a janela ideal de plantio do milho safrinha. Em muitas localidades, a semeadura do grão está bem abaixo do registrado em igual período do ano passado.

Em Canarana (MT), por exemplo, até o momento, apenas 25% da área foi cultivada com o grão, contra 40% em 2013. E, segundo diz o presidente do Sindicato Rural do município, Arlindo Cancian, as chuvas ainda estão bem irregulares, situação que preocupa os produtores rurais. Consequentemente, a perspectiva é que haja uma redução de 30% no plantio da próxima safrinha de milho.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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