Na CBOT, mercado de milho amplia perdas frente ao avanço da colheita nos EUA

Publicado em 04/11/2014 12:37 e atualizado em 04/11/2014 16:43

Durante as negociações desta terça-feira (4), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas. Por volta das 13h10 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam queda entre 6,75 e 7,00 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,66 por bushel. 

O avanço significativo na colheita do milho nos Estados Unidos permanece como o principal fator de pressão sobre o mercado. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que os trabalhos nos campos evoluíram de 46% para 65%. Ainda assim, o número está abaixo da média dos últimos cinco anos, de 73%.

Porém, o percentual ficou acima das expectativas dos participantes do mercado que, apostavam em número entre 59% a 60%. O avanço da colheita é decorrente das condições climáticas favoráveis registradas nos últimos dias no país, que permitiram a retomada dos trabalhos após o excesso de chuvas. 

"E as chuvas limitadas em todo o Cinturão do milho deverá permitir progressos relativamente rápidos durante essa semana", disse o analista do Morgan Stanley, Bennett Meier, em entrevista à agência internacional de notícias Bloomberg. 

Ainda segundo dados da agência, a perspectiva de que a demanda por suprimentos dos EUA irá deixar de acompanhar o ritmo de crescimento da produção influencia negativamente os preços. Até o dia 30 de outubro, as vendas do milho totalizaram 425,85 mil toneladas do cereal, o menor dos últimos 14 meses, conforme boletim do USDA.

Na semana anterior, o número ficou em 702,90 mil toneladas. No acumulado do ano safra, os embarques somam 6.852,55 milhões de toneladas do milho. Para essa temporada, a estimativa é que sejam embarcadas 44.500,00 milhões de toneladas, conforme dados do USDA.

Apesar da queda registrada no pregão desta terça-feira, os preços têm potencial para romper o patamar de resistência dos US$ 4,00 por bushel, conforme explica o analista de mercado da Smartquant Fundos Investimentos, Antônio Domiciano. "Tivemos um processo de queda em meados de abril e as cotações recuaram de US$ 5,20 para US$ 3,20 por bushel. Mas, recentemente, os preços subiram para US$ 3,80 e se conseguir romper esse nível poderá atingir US$ 4,00 e depois os US$ 4,20 por bushel", ratifica.

O analista ainda destaca que, nesse momento, o mercado inicia um processo de reação. No entanto, caso os preços não rompam os patamares de resistência, podem começar uma nova sequência de queda e se perder os US$ 3,50 poderá recuar até os US$ 3,20, conforme explica o analista de mercado.

BM&F

Após as perdas recentes, as cotações do milho na BM&F Bovespa voltaram a operar em campo positivo. No pregão desta terça-feira, as principais posições do cereal exibiam valorizações entre 0,38% e 1,33%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 29,20 a saca. 

Assim como no mercado internacional, o mercado também se recupera, de maneira bastante consistente, de um grande processo de queda, segundo diz Domiciano. "Entretanto, essa queda merece atenção do produtor, já que pode virar uma avalanche de perda. O contrato novembro, se perder o patamar dos R$ 25,50 a R$ 26,00, pode recuar às mínimas de R$ 23,00 a R$ 22,50", afirma o analista.

O vencimento janeiro/15 também, se perder o nível dos R$ 28,00, pode recuar, porém, caso o contrato se mantenha, tenderá a buscar as máximas próximo de R$ 31,50. Nos últimos dias, as cotações subiram expressivamente com a redução na área semeada com o milho na safra de verão, o comprometimento da janela ideal de plantio da safrinha do cereal em 2015, devido ao atraso na semeadura da soja, principalmente no Centro-Oeste.

Além disso, os ganhos registrados em Chicago também contribuíram para a firmeza nos preços, assim como, a valorização do dólar. Nesta terça-feira, a moeda norte-americana opera em alta e, por volta das 13h30 exibia alta de 0,52%, negociada a R$ 2,51.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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