Milho: À espera do USDA e com perspectiva de progresso na colheita nos EUA, mercado opera com leves quedas nesta 6ª feira
Após duas sessões em alta, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com leve queda na manhã desta sexta-feira (7). Por volta das 9h11 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 2,00 e 2,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,69 por bushel.
Segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg, o progresso da colheita nos EUA pesam sobre o mercado. Inclusive, esse foi um dos fatores que fizeram com que o mercado reduzisse os ganhos no final do pregão anterior. Em seu último boletim, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontou que cerca de 65% da área cultivada já havia sido colhida até o último domingo.
O órgão irá atualizar os números na próxima segunda-feira (10). Também na segunda-feira, o departamento divulgará o novo relatório de oferta e demanda. Com isso, os investidores já buscam um melhor posicionamento, uma vez que as perspectivas iniciais indicam que o USDA deverá revisar para cima tanto a estimativa de produção no país, como a produtividade das lavouras.
"Todo mundo está segurando o produto à espera do relatório do USDA", disse o corretor de grãos, Dave Norris, em entrevista à Bloomberg. "Todo mundo parece pensar que eles vão aumentar as estimativas de produção de novo para o milho e soja e as projeções dos rendimentos das plantas também", completa.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: No Brasil, preços avançam com valorização do dólar e ganhos na CBOT; em Paranaguá valor sobe 3,85%
No mercado interno, os preços do milho registraram mais um dia de ganhos. Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, em Londrina (PR), a cotação subiu para R$ 19,00, com ganhos de 1,06%, em São Gabriel do Oeste (MS), o avanço foi mais expressivo, de 6,49%, com a saca do milho negociada a R$ 19,70.
Em Jataí (GO), a saca subiu para R$ 20,20, alta de 1,00%. Já no Porto de Paranaguá, o dia foi de valorização de 3,85%, com a saca cotada a R$ 27,00, em reação ao dia anterior, o preço praticado avançou R$ 1,00. Nas demais praças pesquisadas o dia foi de estabilidade.
Como principal fator de suporte ao mercado de milho está a valorização registrada no câmbio. Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 2,56, com ganho de 1,82%, esse é o maior patamar de fechamento desde abril de 2005. Conforme dados da agência Reuters, nas últimas cinco sessões, o dólar acumula alta de 6,35%.
As altas registradas têm contribuído para o crescimento das exportações brasileiras, de acordo com os analistas. Somente em outubro, os embarques de milho foram estimados em 3,178 milhões de toneladas. E, no acumulado de janeiro a setembro, o volume exportado é superior a 11 milhões de toneladas. A perspectiva é que em novembro, o número fique próximo de 3,5 milhões de toneladas.
Ainda assim, apesar da melhora nos preços, os agricultores brasileiros ainda estão cautelosos na comercialização do cereal. A tendência, de acordo com os analistas, é que no início do próximo ano, os produtores tenham melhores oportunidades de negociação para o milho.
BM&Bovespa
Nesta quinta-feira, os futuros do milho na BM&F Bovespa ampliaram os ganhos ao longo da sessão. As principais posições da commodity terminaram o dia com valorizações expressivas entre 2,18% a 3,30%. O contrato março/15 era cotado a R$ 29,90, com alta de 2,78%. Mais cedo, o vencimento era negociado a R$ 29,58 a saca.
De acordo com o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, o mercado têm sido impulsionado pela perspectiva de menor oferta de milho no próximo ano. Algumas consultorias já apostam em um número entre 68,6 milhões a 69 milhões de toneladas para a safra de milho total. Em sua última estimativa, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicou a produção brasileira em 77,78 milhões de toneladas, entre primeira e segunda safra.
"Com o retorno das chuvas, os produtores conseguiram retomar o plantio da soja e colherão o grão em fevereiro, com isso, teremos tempo para para semear o milho. Ainda assim, é esperada uma redução na área de cultivo do cereal, entre 30% a 35%, especialmente na região Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, não só pelo período da janela ideal, mas também por fazer parte do planejamento dos produtores", destaca Mariano.
Consequentemente, o analista sinaliza que, a oferta será restrita mais adiante e as indústrias terão que garantir o abastecimento, cenário que deverá manter a firmeza no mercado de milho. "No caso do cereal, o produtor ainda tem tempo de especular, não temos uma garantia de que haverá abundância de oferta no segundo semestre de 2015. Podemos trabalhar com preço um pouco melhor e o agricultor poderá ter melhores oportunidades de negócios a partir de janeiro e fevereiro", ressalta Mariano.
Bolsa de Chicago
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão desta quinta-feira (6) em campo positivo. Ao longo dos negócios, os contratos do cereal reduziram as altas, porém, ainda assim, conseguiram manter os ligeiros ganhos entre 1,00 e 1,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,71 por bushel.
De acordo com informações reportadas pelo site internacional Farm Futures, o mercado ainda encontrou suporte nos ganhos registrados nos futuros da soja. Em contrapartida, os relatos de avanço na colheita do milho norte-americano e os números das vendas para exportação mais fracos, divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) pesaram sobre os preços, o que fez com o que mercado devolvesse parte das valorizações.
Até o dia 30 de outubro, cerca de 478,1 mil toneladas do grão foram vendidas, conforme dados do departamento norte-americano. O número representa uma queda de 2% em relação a semana anterior, na qual, em torno de 489,9 mil toneladas foram vendidas.
O volume anunciado também representa uma queda de 55% em comparação com a média das últimas 4 semanas. Ainda segundo o departamento norte-americano, no acumulado do ano, 43% da estimativa para exportação, de 44.450,0 milhões de toneladas, já foi comprometida, o equivalente a 19.220,4 milhões de toneladas.
E, além desses fatores, os investidores já começam a se posicionar para o novo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima segunda-feira (10). A perspectiva dos participantes do mercado é que órgão revise para cima das projeções para a safra de milho dos EUA, assim como, a produtividade das lavouras.
A última projeção do USDA é de uma safra em torno de 367,69 milhões de toneladas do cereal. No entanto, os investidores apostam em uma safra ao redor de 369,74 milhões de toneladas.
"Todo mundo está segurando o produto à espera do relatório do USDA", disse o corretor de grãos, Dave Norris, em entrevista à Bloomberg. "Todo mundo parece pensar que eles vão aumentar as estimativas de produção de novo para o milho e soja e as projeções dos rendimentos das plantas também", completa.