Milho: Na BM&F, preços têm novo dia de altas, com valorizações entre 1,30% e 2,04%

Publicado em 10/11/2014 17:03

Na BM&F Bovespa, a segunda-feira também foi de ganhos para as principais posições do milho. Os contratos do cereal exibiram ganhos entre 1,30% a 2,04%. Apenas a posição novembro/14 encerrou o dia com queda de 0,90%, cotada a R$ 27,55. Já o vencimento março/15 fechou a sessão a R$ 30,60 a saca. 

O mercado ainda vê com cautela a safra de verão e também a próxima safrinha de milho. Os produtores rurais reduziram a área destinada ao plantio do cereal na primeira safra e, por enquanto, as chuvas irregulares têm atrasado o cultivo da oleaginosa, cenário que já compromete a janela ideal de plantio da segunda safra do cereal.

Segundo estimativas de consultorias privadas, a safra brasileira, entre primeira e segunda safra, deverá totalizar entre 68,6 a 69 milhões de toneladas, contra 77,78 milhões de toneladas, previstas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). 

Na região de Balsas (MA), a perspectiva é que haja uma redução de 50% na área destinada ao milho na próxima safrinha. Em Sinop (MT), importante região produtora do estado, a expectativa inicial é que os produtores reduzam em até 30% a área semeada com o grão na safrinha.

Mercado interno

No mercado interno, os preços do milho registraram mais um dia de alta. De acordo com o levantamento do Notícias Agrícolas, em Não-me-toque (RS), o valor da saca do cereal subiu para R$ 22,50, ganho de 2,27%. Em Londrina (PR), a alta foi de 2,63%, com a saca do milho negociada a R$ 19,50, mesmo valor observado em Cascavel (PR).

Em Tangará da Serra (MT), a saca terminou o dia cotada a R$ 16,50, com valorização de 3,13%. No MS, em São Gabriel do Oeste, o valor da saca aumentou para R$ 19,80, com alta de 1,54%. Em Jataí (GO), o dia também foi de alta de 1,02%, com a saca do milho negociada a R$ 20,87. Na contramão desse cenário, no Porto de Paranaguá, a saca recuou para R$ 27,00, queda de 1,82%.

Frente à demanda firme, o mercado interno brasileiro permanece sustentado. As exportações também ajudam na formação desse cenário, já que em outubro, os embarques ficaram em 3,178 milhões de toneladas, crescimento de mais de 13% em relação ao mês anterior.

Na primeira semana de novembro, as exportações ficaram em 139,3 mil toneladas, um aumento de 0,8% em relação ao mesmo período de outubro. O preço médio ficou em US$ 173,6 a tonelada, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A valorização do dólar, importante componente na formação dos preços, também contribui para a firmeza do mercado. Com as altas registradas nos últimos dias, os preços do cereal praticados nos portos avançaram. Entretanto, nesta segunda-feira, a moeda norte-americana terminou o dia em queda. O dólar recuou cerca de 0,55%, cotado a R$ 2,54, depois de acumular ganhos de 6,46%, segundo dados da agência Reuters.

Bolsa de Chicago

Em mais uma sessão de volatilidade, os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta segunda-feira (10) do lado positivo da tabela. Ao longo dos negócios, as principais posições do cereal reverteram as perdas e terminaram o dia com ganhos entre 2,75 e 3,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,70 por bushel. 

Segundo informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, o mercado foi impulsionado pela redução na projeção para a produção e estoques dos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou novo boletim de oferta e demanda do país e mundial.

Ao contrário das expectativas dos participantes do mercado, que apostavam em um aumento nas estimativas, o órgão reduziu para 365,97 milhões de toneladas de milho para a safra 2014/15. Em seu último boletim, o departamento tinha projetado a safra dos EUA em 367,69 milhões de toneladas do grão. Do mesmo modo, a produtividade das lavouras recuou de 184,37 sacas por hectare, para 183,52 sacas por hectare.

Os estoques também foram revisados para baixo, de 52,86 milhões para 51,01 milhões de toneladas. Em contrapartida, o milho destinado à produção de etanol aumentou de 130,18 milhões para 130,82 milhões de toneladas nesta temporada. Já as exportações foram mantidas em 44,45 milhões de toneladas. 

O departamento ainda reduziu levemente a projeção para a safra mundial do cereal, de 990,69 milhões para 990,32 milhões de toneladas. Os estoques globais subiram de 190,58 milhões para 191,50 milhões de toneladas. O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que com as projeções menores, os grandes fundos de investimentos voltaram a comprar posições no mercado de milho, fator que ajudou nos ganhos registrados na sessão de hoje. 

Ainda de acordo com dados da agência, a redução, especialmente nos estoques, acontece depois de quatro meses consecutivos de aumento nas projeções. Após as chuvas e temperaturas amenas de maio a setembro, condições favoráveis para o desenvolvimento da cultura, as chuvas nos últimos dois meses atrasaram a colheita do grão. Com isso, os preços do milho registraram altas expressivas no mercado internacional, porém, voltaram a recuar na semana passada frente às expectativas de aumento nas projeções para a produção e estoques dos EUA e mundial.

"O mercado estava posicionado para o aumento das estimativas e ao invés disso, o Governo dos EUA cortou suas projeções", disse o analista sênior de mercado, Dale Durchholz, em entrevista à Bloomberg.

Outro fator que também contribuiu para alavancar os preços do cereal foi o relatório de embarques semanais do departamento norte-americano. Até o último 6 de novembro, os embarques totalizaram 517,017 mil de toneladas, contra 425,928 mil toneladas reportadas na semana anterior. No acumulado da safra, os embarques do cereal somam 7.369,664 milhões de toneladas, frente as 5.686,906 milhões de toneladas observadas no mesmo período da temporada anterior.

Além disso, nesta segunda-feira, o USDA também anunciou a venda de 130 mil toneladas de milho ao México. De acordo com o analista de mercado da Jefferies, Vinicius Ito, o país, juntamente com o Japão, têm sido os grandes compradores do cereal norte-americano. "No mercado interno dos EUA, o milho também tem uma demanda forte, especialmente para a produção de etanol e DDG, o que dá suporte aos preços", destaca o analista.

Veja como fecharam os preços do milho:

>> MILHO

Confira abaixo projeções do USDA para a safra dos EUA e mundial:

USDA Milho Novembro

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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