Milho: Com incertezas em relação à safra brasileira, março/15 sobe 2,44% e atinge R$ 32,27 na BM&F

Publicado em 12/11/2014 17:51 e atualizado em 13/11/2014 08:35

Na BM&F Bovespa, as principais posições do milho fecharam o pregão desta quarta-feira (12) em campo positivo. Mais uma vez, as cotações conseguiram sustentar as altas e terminaram o dia com valorizações entre 1,02% e 2,44%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 32,27 a saca, após ter iniciado a sessão a R$ 31,50.

Na visão do analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro, os preços são impulsionados pela irregularidade climática no Brasil e também os números elevados das exportações de milho registradas em outubro. No mês anterior, os produtores brasileiros conseguiram embarcar em torno de 3,18 milhões de toneladas do cereal, um crescimento de 18,4% em relação a setembro.

Na primeira semana de novembro, as exportações totalizaram 139,3 mil toneladas, um aumento de 0,8% em comparação com o mesmo período de outubro. "Isso tem dado sustentação ao mercado do cereal. E, por enquanto, a perspectiva é que esse movimento continue, pelo menos, no curto prazo", explica Ribeiro.

Porém, o analista destaca que, se realmente tivermos a confirmação de uma redução na área destinada ao milho na segunda safra, os preços deverão permanecer em patamares mais elevados. Em seu último boletim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicou a produção de milho entre 77 milhões a 78 milhões de toneladas, entre primeira e segunda safra para essa temporada.

Entretanto, alguns analistas sinalizam que as projeções da entidade não refletem as condições vistas nos campos brasileiros. Especialmente, em relação ao atraso na semeadura da soja que já compromete a janela ideal de plantio do milho safrinha. No MT, por exemplo, a redução na área cultivada com o cereal na segunda safra pode chegar a 40% no Leste do estado, conforme dados da Aprosoja - MT.

Diante da irregularidade das chuvas, a associação já prevê uma diminuição no plantio da safrinha de 15% nas regiões Oeste e Sul de MT. E no Norte, região com maior produção do grão, a queda estimada pode superar os 30%. A situação também têm se repetido em outras localidades pelo país, como é o caso de Balsas (MA), onde a previsão de recuo na área destinada ao cereal é de 30%. 

"Agora, caso não se confirme o comprometimento da 2ª safra, as cotações podem recuar. Já que, excluindo o fator clima, os fundamentos ainda são baixistas para o mercado. Mesmo com uma exportação ao redor de 21 milhões de toneladas nesta temporada, os estoques previstos são elevados", ressalta o analista.

Demanda para o milho

O analista ainda ressalta que, a demanda pelo produto segue em ritmo normal, com ressalva para as exportações, que permanecem em ritmo acelerado. Contudo, as cotações continuam suportadas devido às especulações climáticas.

"Os compradores que estão com estoques mais curtos estão preocupados, não com o abastecimento, mas com os preços. As grandes empresas aproveitaram os valores mais baixos, registrados em agosto e setembro, e carregaram seus estoques", acredita Ribeiro.

Mercado interno

Mais uma vez, a composição de alta no câmbio e em Chicago contribuiu para o avanço nos preços do milho nos Portos brasileiros. Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, em Paranaguá, o valor subiu 1,82% e atingiu o patamar de R$ 28,00. No dia anterior, o valor de fechamento ficou em R$ 27,50 a saca.

Em Jataí (GO), a quarta-feira também foi de ganhos, em torno de 3,16%, com a saca do milho negociada a R$ 21,25. Na contramão desse cenário, em São Gabriel do Oeste (MS), a cotação recuou para R$ 19,50, queda de 2,50%. As demais praças tiveram um dia de estabilidade. 

Além dos ganhos registrados no mercado internacional, a alta do dólar também contribuiu para o avanço nos preços. A moeda norte-americana terminou o dia negociada a R$ 2,56, com valorização de 025%. O valor de fechamento é o maior desde abril de 2005, conforme dados reportados pela agência Reuters. 

Bolsa de Chicago (CBOT)

Os preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) conseguiram sustentar os ganhos e terminaram a sessão desta quarta-feira do lado positivo da tabela. As principais posições da commodity encerraram o dia com altas entre 3,50 e 4,00 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,77 por bushel. Ao longo dos negócios, o vencimento chegou ao patamar de US$ 3,85 por bushel, o mais alto para um contrato ativo desde 18 de julho. 

De acordo com informações divulgadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, as cotações do cereal subiram para uma alta de 16 semanas. Cenário decorrente das especulações de que os produtores norte-americanos terão que utilizar mais grãos para a alimentação animal com a chegada do clima frio.

Paralelo a esse quadro, a agência Reuters reportou nesta quarta-feira que, a demanda aquecida, especialmente por ração animal deve ser um dos fatores de suporte ao mercado de milho no próximo ano. A perspectiva é que demanda, especialmente no mercado chinês continue firme em 2015.

Outro fator que também pode contribuir para a firmeza nos preços são as crescentes exportações de etanol dos EUA. Inclusive, em seu último boletim de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou para 130,82 milhões de toneladas do cereal que serão destinadas à produção de etanol no país. 

A agência também cita que, diante dessa situação, a tendência é que os preços em Chicago oscilem entre US$ 3,60 a US$ 3,80 por bushel, com cenário externo negativo. Mas, caso tenhamos um ambiente mais positivo, os preços poderão atingir os patamares entre US$ 4,20 a US$ 5,20 por bushel.

Veja como fecharam os preços do milho nesta quarta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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