Cotações dão continuidade ao movimento de alta e março/15 atinge R$ 32,86 na BM&F

Publicado em 18/11/2014 12:18

Ao longo das negociações nesta terça-feira (18), os futuros do milho na BM&F Bovespa dão continuidade ao movimento positivo. Por volta das 11h49 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam valorizações entre 0,20% e 0,52%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 32,86, após ter iniciado o pregão negociado a R$ 32,80 a saca.

O principal fator que influencia o mercado é o dólar. E, nesta terça-feira, a moeda norte-americana é negociada com ligeira perda de 0,08%, negociado a R$ 2,5992 na venda, por volta de 12h20. Na segunda-feira, o câmbio fechou próximo da estabilidade diante das expectativas de que será o novo ministro da Fazenda.

Ainda assim, as especulações em relação à produção brasileira do milho também exercem pressão positiva aos preços do milho. A redução da área cultivada na primeira safra e as incertezas em relação à safrinha contribui para dar firmeza às cotações. 

Para o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, boa parte da safra de verão brasileira já foi implantada, porém, o clima permanece irregular, especialmente nos estados de GO e MG. "As indústrias poderão ter uma dificuldade em se abastecer, pois há dúvidas em relação à safra de verão e com o plantio da soja, também temos incertezas sobre a safrinha", destaca Motter.

E, apesar da janela de plantio do milho na segunda safra ter ficado estreita, devido ao atraso no cultivo da soja, o economista destaca que os preços devem estimular a semeadura do cereal. "Mesmo com as dificuldades técnicas, temos o estímulo por conta dos preços", completa.

Paralelamente, as análises gráficas indicam tendência de forte alta  às cotações do milho na BM&F. Os preços têm subido desde meados de setembro e recuou apenas em três dias, porém, já voltou a registrar ganhos, conforme destaca o analista de mercado da SmartQuant, Antônio Domiciano.

"O cenário é muito bom para o produtor e isso deve ter ocorrido por conta da estiagem. Os agricultores devem estar atentos, pois a tendência é de forte alta e não é hora de vender. Se o contrato janeiro/15 se mantiver acima dos R$ 32,00, a tendência é de continuação no processo de alta", afirma o analista.

Bolsa de Chicago

Na contramão desse cenário, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as quedas ao longo dos negócios. Por volta das 12h39 (horário de Brasília), os vencimentos da commodity exibiam perdas entre 3,00 e 3,25 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,74 por bushel. 

O mercado de milho ainda opera de maneira técnica, respeitando os intervalos de US$ 3,30 a US$ 4,00 por bushel. Além disso, nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que a colheita do cereal norte-americano avançou de 82% para 89%, até o último domingo. 

"O atual clima frio tem um impacto limitado sobre as condições de colheita", disse Arnaud Saulais, corretor de commodities na Suíça, em entrevista à agência internacional de notícias Bloomberg. Os índices de área colhida no país vieram em linha com as expectativas do mercado. 

Ainda nesta segunda-feira, o órgão divulgou o boletim de embarques semanais do milho e os números recuaram em comparação com a semana anterior. Até o dia 13 de novembro, os embarques ficaram em 401,11 mil toneladas de milho, contra 528,042 mil toneladas na semana anterior.

Mesmo com a queda de hoje, as análises gráficas também apontam uma tendência de alta aos preços do cereal no mercado internacional. Ainda de acordo com o analista de mercado SmarQuant, as cotações do cereal estão desenvolvendo um movimento de alta, melhor do que no caso da soja.

"Se os valores romperem o patamar de resistência de US$ 3,90 por bushel, podemos ver uma alta mais forte, e a cotação atingir US$ 4,50 e até US$ 5,20 por bushel. Isso é um processo de alta que leva algumas semanas", afirma.

Entretanto, caso os preços percam o nível de US$ 3,50 por bushel, as cotações podem buscar as mínimas, próximas de US$ 3,20 por bushel, conforme sinaliza o analista de mercado.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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