Com incertezas sobre a safra no Brasil, preços sobem no mercado interno e registram valorizações entre 1% e 6,25%

Publicado em 18/11/2014 17:22 e atualizado em 19/11/2014 08:24

No mercado interno, a terça-feira (18) foi de ganhos aos preços do milho. De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, nas principais praças pesquisadas, as cotações do cereal subiram. Em Ubiratã (PR), o valor subiu para R$ 20,20, com ganho de 1,00%. Em Londrina e Cascavel, cidades do Paraná, os preços também registraram valorização de 1,00%, com saca também cotada a R$ 20,20.

Em Tangará da Serra (MT), o valor aumentou para R$ 18,00, com alta de 2,86%, já em Campo Novo do Parecis (MT), os ganhos foram de 6,25%, com a saca do cereal negociada a R$ 17,00. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), os preços subiram para R$ 21,00 a saca do grão, com alta de 2,44%. Em contrapartida, em Jataí (GO), os preços recuaram 4,20%, com saca cotada a R$ 20,75 e no Porto de Paranaguá, o preço caiu para R$ 28,00, uma queda de 1,06%. A queda do dólar foi o principal fator de pressão sobre os preços do milho nos portos do país. 

Os analistas destacam que a firmeza no mercado é decorrente da recente valorização registrada no câmbio, o que permitiu o avanço nas exportações brasileiras. Para o mês de novembro, a perspectiva é que os embarques fiquem próximos de 3,5 milhões de toneladas. A alta nas cotações também fez com que o Governo cancelasse os leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) para o mercado do cereal.

"De janeiro a outubro, as exportações totalizam 12 milhões de toneladas de milho, mas precisamos embarcar mais produto para enxugar o mercado brasileiro", destaca o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. O economista também sinaliza que, além desse cenário, as incertezas em relação à produção de milho do Brasil também dão suporte ao mercado. 

BM&F Bovespa

Mais uma vez, os preços do milho na BM&F Bovespa encerraram a sessão em campo misto. As primeiras posições do cereal recuaram entre 1,38% e 1,19%. Já os contratos mais distantes tiveram um dia positivo, com valorizações entre 0,33% e 0,07%. O vencimento março/15 era negociado a R$ 32,30 a saca. 

A queda registrada no dólar nesta terça-feira, assim como as perdas observadas no mercado internacional influenciaram negativamente os preços na bolsa brasileira. A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 2,5903 na venda, com perda de 0,49%.  Segundo informações da agência Reuters, o câmbio recuou depois de acumular uma alta de quase 5% desde o início de novembro até a última segunda-feira (17).

Entretanto, as especulações em relação à produção brasileira também exercem pressão positiva aos preços do milho. A redução da área cultivada na primeira safra e as incertezas sobre a safrinha contribui para dar firmeza às cotações. 

Para o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, boa parte da safra de verão brasileira já foi implantada, porém, o clima permanece irregular, especialmente nos estados de GO e MG. "As indústrias poderão ter uma dificuldade em se abastecer, pois há dúvidas em relação à safra de verão e com o plantio da soja, também temos incertezas sobre a safrinha", destaca Motter.

E, apesar da janela de plantio do milho na segunda safra ter ficado estreita, devido ao atraso no cultivo da soja, o economista destaca que os preços devem estimular a semeadura do cereal. "Mesmo com as dificuldades técnicas, temos o estímulo por conta dos preços", completa.

Paralelamente, as análises gráficas indicam tendência de forte alta  às cotações do milho na BM&F. Os preços têm subido desde meados de setembro e recuou apenas em três dias, porém, já voltou a registrar ganhos, conforme destaca o analista de mercado da SmartQuant, Antônio Domiciano.

"O cenário é muito bom para o produtor e isso deve ter ocorrido por conta da estiagem. Os agricultores devem estar atentos, pois a tendência é de forte alta e não é hora de vender. Se o contrato janeiro/15 se mantiver acima dos R$ 32,00, a tendência é de continuação no processo de alta", afirma o analista.

Bolsa de Chicago

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta terça-feira (18) do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity ampliaram as perdas ao longo dos negócios e terminaram a sessão com perdas entre 5,25 e 5,50 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 372 por bushel.

Segundo informações reportadas agência internacional de noticias Bloomberg, o avanço na colheita do cereal reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira pressionou o mercado. O órgão atualizou os números do boletim de acompanhamento de safras e, ampliou de 82% para 89% da área colhida com o cereal até o último domingo.

"Com a colheita se encerrando nos EUA, os agricultores estão vendendo um pouco mais", disse Jack Scoville, vice-presidente da Futures Group Price, em entrevista à Bloomberg. "O armazenamento está ficando mais apertado, também ajudando a trazer um pouco mais de produto ao mercado", completa.

Ainda assim, os analistas destacam que o mercado do cereal tem operado de técnica, respeitando os intervalos de US$ 3,30 a US$ 4,00. E, apesar da queda registrada na sessão de hoje, as análises gráficas também apontam uma tendência de alta aos preços do cereal no mercado internacional. Ainda de acordo com o analista de mercado SmarQuant, as cotações do cereal estão desenvolvendo um movimento de alta, melhor do que no caso da soja.

"Se os valores romperem o patamar de resistência de US$ 3,90 por bushel, podemos ver uma alta mais forte, e a cotação atingir US$ 4,50 e até US$ 5,20 por bushel. Isso é um processo de alta que leva algumas semanas", afirma.

Porém, caso os preços percam o nível de US$ 3,50 por bushel, as cotações podem buscar as mínimas, próximas de US$ 3,20 por bushel, conforme sinaliza o analista de mercado.

Veja como fecharam os preços nesta terça-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Caros produtores de milho...muito cuidado com o mercado do milho...não entrem muito no oba oba...a subida no último trimestre do ano e inicio do ano é normal...a muito tempo ou desde a época que se amarrava cachorro com linguiça..

    Lembro que os estoques são altos e se a safrinha for cheia o mercado despencará mais no ano que vem...se a safrinha for um desastre aí sim os preços temdem a subir...notem que já há informações de aumento significativo da safrinha com relação a intenção de plantio...ou seja fiquem atentos sobre a hora de fechar os preços...muito atentos..outra coisa o mercado internacional andará de lado(salvo fato novo)...e a tendencia é o PIB brasileiro e mundial muito baixo no próximo ano...ZÒIO ABERTO...

    E tem mais..ontem o canal rural noticiou a falta de metionina..aminoácido essencial usado na ração junto com lisina..leucina...triptofano ( coisa di ispicialista)..ora a metionina tem suas compras um planejamento anual com datas e volumes(importação) e está faltando é porque o consumo(DEMANDA) aumentou..logo deve ter aumentado o alojamento de frangos..esperar para se confirmar...isto vai ser o inicio da queda das carnes..

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