Na BM&F, preços fecham sessão com alta expressiva e março/15 chega a R$ 30,15 a saca

Publicado em 09/12/2014 17:18 e atualizado em 10/12/2014 07:37

A sessão desta terça-feira (9) foi de alta expressiva aos preços do milho na BM&F Bovespa. Os principais contratos da commodity registraram ganhos entre 0,70% e 2,41%. O contrato março/15 era cotado a R$ 30,15 a saca, após ter operado a R$ 29,80 a saca ao longo das negociações.

Na visão do consultor de agronegócio, Ênio Fernandes, uma das variáveis que têm impulsionado os preços é o comportamento do dólar. Apesar da queda registrada nesta terça-feira, a moeda norte-americana terminou o dia a R$ 2,5981 na venda, com perda de 0,51%, o patamar continua elevado. 

"Paralelamente, temos prêmios no Porto de Paranaguá entre US$ 90 a US$ 1,08 acima de Chicago. E, especialmente no Centro-Oeste, temos uma queda nos valores dos fretes, cenários que têm contribuído para as exportações brasileiras. A expectativa é que terminemos o mês de dezembro com os embarques próximos de 3,5 milhões de toneladas e até janeiro/15 alcancemos o número próximo de 20 milhões de toneladas no total", explica o consultor.

Segundo informações reportadas pela Secretaria de Comércio Exterior, na primeira semana de dezembro, foram embarcadas 256,4 mil toneladas de milho do Brasil. Em relação ao mês anterior, o volume representa um crescimento de 72,1%, já em comparação com o mesmo período ano passado, o crescimento é de 74,5%. Na primeira semana de dezembro de 2013, os embarques do cereal ficaram em 146,9 mil toneladas. 

Nesta temporada, a estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a expectativa é que sejam exportadas em torno de 19,5 milhões de toneladas. No acumulado de janeiro a novembro desse ano, os embarques somam 17.229 milhões de toneladas de milho.

Além disso, o consultor também sinaliza como fator de suporte aos preços, o profissionalismo por parte dos produtores rurais no momento da comercialização. "Quando observamos uma queda nos preços, os agricultores saem do mercado e só voltam a negociar após uma valorização nas cotações. Porém, os produtores devem estar atentos, pois nos atuais patamares, os agricultores devem enxergar como oportunidade de venda", diz Fernandes.

Em relação à safra brasileira, o consultor relata que, além do atraso no plantio da cultura da soja, que já impactou a janela ideal de plantio do milho safrinha, as previsões indicam tempo chuvoso nos meses de janeiro e fevereiro. "Com isso, os produtores podem ter dificuldades em retirar a soja do campo e fazer a semeadura do cereal. Tradicionalmente, os agricultores têm até 50 dias para fazer o cultivo do milho na segunda safra, mas, em 2015, a janela baixou para em torno de 30 dias", ressalta.

No Porto de Paranaguá, o dia também foi positivo e a cotação do cereal subiu de R$ 28,80 para R$ 29,00. O preço foi impulsionado, especialmente pelos ganhos registrados no mercado internacional. Nas demais praças, a terça-feira foi de estabilidade, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. 

Bolsa de Chicago

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão desta terça-feira (9) em campo positivo. Os contratos da commodity encerraram o dia com ganhos entre 4,25 e 4,75 pontos. O vencimento maio/15 retomou o patamar dos US$ 4,00 por bushel, e finalizou o pregão a US$ 4,03 por bushel, já o contrato março/15 era cotado a US$ 3,95 por bushel.

Ao longo dos negócios, os investidores tentaram buscar um melhor posicionamento frente ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado nesta quarta-feira (10). As expectativas inicias apontam para os estoques norte-americanos entre 49,23 milhões a 52,86 milhões de toneladas. No mês anterior, o o volume ficou em 51,01 milhões de toneladas.

Os estoques mundiais do cereal também deverão ficar entre 189,6 milhões e 192,6 milhões de toneladas, contra 191,5 milhões de toneladas indicadas no mês anterior. As informações foram reportadas pelo site internacional DTN The Progressive Farmer.

Ainda assim, a agência internacional de notícias Bloomberg destaca que a queda nos preços do petróleo ainda influenciam as cotações do cereal. O milho é o produto agrícola mais afetado pela redução nos valores do petróleo, isso porque, a situação afeta a competitividade do etanol. Nos EUA, cerca de 130,82 milhões de toneladas de milho serão destinadas à produção de etanol. 

"Além disso, o petróleo mais barato também impacta na redução nos custos de produção, o que poderia estimular os agricultores a aumentar as plantações", disse o analista da SocGen, Christopher Narayanan, em entrevista à Bloomberg.

No pregão anterior, o mercado foi pressionado pelos números mais baixos dos embarques semanais. Até o dia 4 de dezembro, os números ficaram em 532,498 mil toneladas, conforme relatório do departamento norte-americano. O volume ficou abaixo do registrado na semana passada, de 755,127 mil toneladas e das expectativas dos participantes do mercado, que apostavam em um número entre 640 mil a 790 mil toneladas.

Diante desse cenário, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, destaca que os preços do cereal têm espaço para romper o patamar de resistência de US$ 4,00 por bushel. "Nesse momento, o produtor norte-americano está fazendo as contas, entre soja e milho e, nessa relação, a cultura da oleaginosa sai na frente, o que deve levar a uma redução na área cultivada com o cereal na próxima safra", afirma o consultor.

Veja como fecharam os preços nesta terça-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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