Milho: Com queda do dólar e previsão de chuvas nos EUA, mercado consolida novo dia de alta na CBOT

Publicado em 08/06/2015 17:14

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta segunda-feira (8) em campo positivo. Os futuros da commodity exibiram ganhos entre 4,75 e 5,50 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,65 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,62 por bushel.

Segundo informações do site internacional Farm Futures, o mercado do cereal encontrou suporte, principalmente na queda do dólar frente a uma cesta de moedas. Porém, as fortes valorizações observadas nos contratos do trigo no mercado internacional também contribuíram para sustentação das cotações do milho. Os preços do trigo terminaram a sessão desta 2ª feira com altas entre 12,50 a 13,00 pontos na CBOT.

Para o analista de mercado da Cerrado Corretora de Mercadorias & Futuros, Mársio Antônio Ribeiro, as cotações do milho tem encontrado suporte no dólar e no clima nos EUA. Nesse momento, as especulações de possíveis inundações em algumas localidades do país devido ao excesso de chuvas têm influenciado as negociações.

"Alguns analistas ainda acreditam que não podemos fazer tal afirmação. Contudo, o simples fator de haver a possibilidade já é o suficiente para causar oscilações no mercado. Em relação ao replantio de algumas áreas, podemos destacar que a janela seria muito apertada, mas em algumas localidades isso seria possível. A dúvida é a existência ou não da disponibilidade de sementes para o replantio", afirma o analista.

E a tendência é de volatilidade nos preços, pelo menos enquanto a instabilidade do clima perdurar. "Caso tenhamos uma mudança no cenário, podemos ver uma acomodação em termos de volatilidade", completa Ribeiro.

Entretanto, as previsões climáticas ainda indicam chuvas nos próximos dias no Meio-Oeste do EUA. Dados da Somar Meteorologia, reportados nesta segunda-feira, reportam que as chuvas de fraca e moderada intensidade ainda são previstas sobre todas as regiões produtoras de grãos nos EUA ao longo da semana, o que poderá prejudicar o desenvolvimento das plantações de milho e soja.  Contudo, a perspectiva é que os danos sejam pequenos e a tendência é de condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da safra norte-americana. Porém, o verão no país será marcado por chuvas acima da média.

Paralelamente, os participantes do mercado ainda aguardam o boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado no final da tarde de hoje. As perspectivas dos participantes do mercado é que o órgão indique o plantio de milho completo em 97% da área prevista para essa temporada e cerca de 75% das plantações em boas ou excelentes condições, conforme dados da Farm Futures. Na semana anterior, os números estavam em 95% e 74%, respectivamente.

Já o boletim de embarques semanais ficou em 740.543 mil toneladas de milho até a semana encerrada no dia 4 de junho, de acordo com o departamento. O número ficou abaixo do registrado na semana anterior, de 984.275 mil toneladas do grão e, ligeiramente menor do que as expectativas do mercado, entre 760 mil a 970 mil toneladas de milho.

No total acumulado na temporada, os embarques totalizam 32.646,501 milhões de toneladas de milho. No mesmo período do ano anterior, o acumulado estava em 34.834,339 milhões de toneladas do cereal.

Mercado interno

No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro caiu 1,75% nesta segunda-feira e terminou cotada a R$ 28,00, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. A queda do dólar, de mais de 1,29%, acabou pesando nas cotações, apesar da alta observada nos preços no mercado internacional.

Já no mercado interno, o analista ainda sinaliza que a demanda pela safrinha brasileira e nos portos está um pouco mais calma nesse instante. "Entre os consumidores, tanto internos, como os externos, existe uma sensação de relativa tranquilidade, dado às projeções de uma boa colheita", explica Ribeiro.

Em meio ao avanço da colheita, as cotações têm perdido o suporte. Conforme boletim do Cepea, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), fechou a R$ 24,85/saca de 60 kg, queda de 0,25% no acumulado parcial de junho. Ainda segundo relatório do Cepea, os fundamentos indicam mais para valores abaixo do mínimo governamental nas regiões produtoras de segunda safra do que para inversão da atual tendência.

"A tendência é de preços mais pressionados. Acreditamos que alguma mudança pequena neste cenário poderia vir por questões externas, como a elevação dos preços na CBOT. Mas ainda é cedo para podermos fazer alguma projeção nesse sentido. As exportações brasileiras poderiam dar algum suporte, especialmente a partir de setembro", diz o analista.

Diante desse cenário, Ribeiro ainda orienta que os produtores negociem apenas parte da sua produção, caso encontre preços remuneradores. "Acreditamos que, no segundo semestre, possamos ter alguma possibilidade de melhora, principalmente se houver algum dano significativo à safra dos EUA", acrescenta.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de milho totalizaram 5,6 mil toneladas na primeira semana de junho. A média diária ficou em 1,4 mil toneladas do grão. Em relação ao mesmo período do mês anterior, no qual os embarques ficaram em 6,8 mil toneladas, o número representa uma queda de 28,3%. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram reportados pela Secretaria de Comércio Exterior nesta segunda-feira (8).

Veja como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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