Milho: Após perdas recentes, mercado exibe reação na manhã desta terça-feira em Chicago

Publicado em 05/01/2016 07:25

As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem leves altas na manhã desta terça-feira (5). Por volta das 7h55 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam ganhos entre 2,75 e 3,00 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,54 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,51 por bushel. O contrato maio/16 era negociado a US$ 3,60 por bushel.

O mercado testa uma reação após recuar mais de 6 pontos no dia anterior. Nesta segunda-feira, as cotações do cereal foram pressionadas pelas especulações em relação à economia da China, o que desencadeou vendas em vários mercados globais. Além disso, os embarques semanais, divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), ficaram abaixo das expectativas dos participantes do mercado.

Na semana encerrada no dia 31 de dezembro, os embarques de milho totalizaram 324,566 mil toneladas. Já as apostas dos investidores estavam entre 475 mil a 600 mil toneladas. Conforme dados do site Pro Farmer, os embarques do cereal estão em torno de 22,2% do registrado no mesmo período do ano anterior.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Em primeiro pregão do ano, preços sobem mais de 1,5% na BM&F com o impulso do dólar

A saca do milho negociada no Porto de Paranaguá iniciou 2016 com preço de R$ 37,00, após vários dias sem referência devido às festividades de final de ano. Na praça de Não-Me-Toque (RS), a alta foi de 1,72%, com a saca do grão cotada a R$ 29,50, em Londrina (PR), a cotação subiu para R$ 25,70/sc, com ganho de 1,18%. E, apesar da queda mais forte registrada no mercado internacional, as cotações ainda encontraram suporte no dólar, que permanece valorizado.

Na BM&F Bovespa, a primeira sessão do ano também foi positiva aos futuros da commodity. As principais posições do cereal encerraram o dia com valorizações entre 1,60% e 1,89%. O vencimento janeiro/16 era cotado a R$ 37,78 a saca, depois de operar em parte do dia a R$ 37,70 a saca. Já o contrato março/16 era negociado a R$ 38,75 a saca.

Paralelamente, a moeda norte-americana finalizou a segunda-feira cotada a R$ 4,0339 na venda, com alta de 2,31%. O valor de fechamento foi o maior desde 29 de setembro de 2015, quando o câmbio encerrou o dia a R$ 4,0591 na venda. Na máxima do pregão, o dólar chegou ao nível de R$ 4,0717, um ganho de 3,13%.

A movimentação positiva é decorrente da aversão ao risco e uma elevação das preocupações com uma possível desaceleração econômica global, depois do reporte dos dados fracos da economia da China, de acordo com dados da agência Reuters.

Contudo, a desvalorização do real frente ao dólar contribuiu para a competitividade do produto brasileiro no cenário internacional e segue favorecendo a realização de contratos referentes ao grão a ser colhido em 2016, disse o Cepea nesta segunda-feira. "Na BM&FBovespa, os contratos que vencem até setembro de 2016 estão operando em níveis superiores aos observados no mesmo período de 2014, para vencimento em 2015. Com maior competitividade internacional, vendedores adiantaram consideravelmente a comercialização da nova safra", informou o Cepea.

Além disso, os atuais patamares praticados podem levar os produtores a manterem a área plantada com o grão na safrinha, e caso o clima colabore, a oferta poderá ficar próxima da obtida em 2015. "As vendas externas, portanto, continuarão sendo o grande balizador de preços no mercado interno em 2016", ainda conforme dados da entidade.

Exportações brasileiras

As exportações de milho bateram novo recorde e fecharam o mês de dezembro com o volume total embarcado de 6.267,7 milhões de toneladas. O volume diário ficou em 284,9 mil toneladas do grão, conforme dados reportados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) nesta segunda-feira (4).

Em comparação com o mês anterior, o volume diário representa uma alta de 19,8%, já que em novembro de 2015, o número ficou em 237,9 mil toneladas e um total acumulado de 4.757,1 milhões de toneladas exportadas. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, o ganho foi de 84,1%. Em dezembro de 2014, os embarques de milho somaram 3.405,2 milhões de toneladas, com média diária de 154,8 mil toneladas.

A receita gerada ao país com as exportações do grão foi de US$ 1.036,4 milhão, com média diária de US$ 47,1 mil. Os números estão acima do registrado no mês passado e o observado em igual período de 2014. Para essa temporada, a perspectiva é que os embarques do cereal superem o recorde de 2013, de 26,6 milhões de toneladas exportadas.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o primeiro pregão de 2016 foi negativo aos preços do milho. Durante as negociações, as principais posições do cereal ampliaram as quedas e encerraram o dia com desvalorizações entre 6 e 7,2 pontos. O contrato março/16 era cotado a US$ 3,51 por bushel, após iniciar a sessão a US$ 3,58 por bushel. O vencimento maio/16 era negociado a US$ 3,57 por bushel.

De acordo com informações do site Farm Futures, o mercado acabou sendo pressionado pelas informações vindas do mercado financeiro, especialmente em relação à China, o que desencadeou vendas em vários mercados globais. Nesta segunda-feira, os mercados acionários chineses despencaram cerca de 7% na primeira operação de 2016. Diante das pesquisas da atividade industrial fraca e com a queda do iuan aumentando as apreensões sobre a economia em dificuldade, o que forçou as bolsas a suspenderam as operações pela primeira vez.

Outro fator que também contribuiu para a formação do cenário foi o boletim de embarques semanais. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), na semana encerrada no dia 31 de dezembro, os embarques de milho somaram 324,566 mil toneladas.

O número ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 574,945 mil toneladas e, das expectativas dos investidores entre 475 mil a 600 mil toneladas. Conforme dados do site Pro Farmer, os embarques do cereal estão em torno de 22,2% do registrado no mesmo período do ano anterior.

Projeção Morgan Stanley

As perspectivas para os preços futuros do milho são positivas para esse ano e as cotações devem trabalhar próximas dos US$ 4,25 por bushel, estimou o Morgan Stanley. A empresa informou que os preços precisam estar acima dos patamares praticados para estimular a área a ser cultivada na próxima temporada americana 2016/17. Isso porque, ainda na visão do banco, os valores praticados atualmente estão abaixo dos custos de produção. As informações foram divulgadas pelo site internacional Agrimoney.

"O milho exige mais plantações para evitar uma queda nos estoques americanos para níveis que o banco acredita que poderia cair para o equivalente a menos de 10% do consumo na temporada 2016/17. Ao redor de 12,7% no final deste ciclo. Com isso, o milho pode se beneficiar em médio prazo, como os preços devem subir para incentivar o crescimento necessário e evitar estoques apertados nos EUA na próxima safra", disse o banco.

Ainda assim, a companhia destaca que os preços têm desafios pela frente. O primeiro é o aumento na taxa de juros do país e a retirada das tarifas de exportação na Argentina. Enquanto isso, o petróleo que tem influenciado as movimentações das commodities agrícolas pode ter encontrado um fundo, ainda assim, o foco permanece e os riscos podem se elevar no médio prazo.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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