Milho: Em Chicago, preços iniciam pregão desta 2ª feira com leves quedas, próximos da estabilidade

Publicado em 25/01/2016 07:22

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta segunda-feira (25) com ligeiras quedas, próximos da estabilidade. Por volta das 7h56 (horário de Brasília), as primeiras posições do cereal registravam perdas entre 0,25 e 0,50 pontos, já os contratos mais longos estavam estáveis. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,69 por bushel e o maio/16 a US$ 3,74 por bushel.

O mercado voltou a cair depois das altas observadas na sessão da última sexta-feira, entre 3,00 e 3,25 pontos. A reação nos preços do petróleo e o bom humor dos mercados acionários contribuíram para o impulso dos preços. Além disso, os investidores acompanham a demanda pelo produto norte-americano. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de embarques semanais.

Por outro lado, os participantes do mercado também observam o planejamento e a definição sobre a nova safra dos Estados Unidos. Na semana anterior, a consultoria Informa Economics projetou a área destinada ao milho em 35,96 milhões de hectares na temporada 2016/17. O número ficou abaixo do indicado em dezembro de 2015, de 35,99 milhões de hectares.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: Com suporte do câmbio e das exportações, preços registram nova semana de alta no mercado interno

Mais uma vez, as cotações do milho no mercado interno brasileiro acumularam alta semanal. De acordo com o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes, em São Gabriel do Oeste (MS), o preço subiu 12,90%, com a saca a R$ 35,00. Em Jataí (GO), o ganho foi de 10,34% e a saca fechou a sexta-feira (22) a R$ 32,00. Nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no Paraná, a valorização foi de 6,67%, com a saca a R$ 32,00.

Em Campo Novo do Parecis (MT), a alta ficou em 6% e a saca do cereal negociada a R$ 26,50. Já em Não-me-toque (RS), o ganho foi de 3,33%, com a saca de milho a R$ 31,00. Na região de Tangará da Serra (MT), a saca terminou a semana a R$ 26,50 e ganho de 1,92%. Na contramão desse cenário, o preço no Porto de Paranaguá finalizou a semana com queda de 2,27%, no período de comparação do dia 15 ao dia 21 de janeiro.

Já o dólar, que tem sido um dos principais fatores de suporte aos preços, fechou a sexta-feira a R$ R$ 4,1105 na venda, com queda de 1,32%. A moeda recuou depois de bater um novo recorde no fechamento da quinta-feira. No entanto, o câmbio ainda acumulou alta de 1,60% na semana. A recuperação nos preços do petróleo e a expectativa de novos estímulos econômicos na zona do euro foram uma das variáveis que pressionaram a moeda, conforme informou a agência Reuters.

No mercado interno, as cotações do milho continuam sustentadas e registraram valorizações expressivas nos últimos 30 dias. "Tivemos a oscilação da taxa de câmbio que acaba elevando a paridade de exportação, principalmente porque as referências externas não caíram na mesma intensidade que o câmbio subiu. Outro ponto são as exportações surpreendentes e que continuam firmes. Os line-ups ainda mostram volumes a serem embarcados nas próximas semanas", explica o pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Lucílio Alves.

Com isso, a disponibilidade interna foi reduzida, assim como, os estoques de passagem. Ainda segundo o pesquisador, em meados de 2015, os estoques de passagem eram estimados entre 15 milhões a 18 milhões de toneladas. Atualmente, a projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é de estoques próximos de 10 milhões de toneladas.

"Isso deixa o mercado receoso, especialmente a redução da produção da safra de verão e um possível atraso no cultivo da segunda safra. Por outro lado, os estoques de passagem, apesar de serem menores do que os do ano passado, ainda são elevados. Já a demanda doméstica continua crescendo, mas esse volume da primeira safra tende a não ser exportado, com isso, ficamos com as especulações da segunda safra, que irá fazer a balança do mercado interno", ressalta Alves.

Ainda na visão do pesquisador, ainda haverá uma queda de braços entre compradores e vendedores. "Temos fatores que dão sustentação aos preços e outros, como a retração da demanda em um primeiro momento com a chegada da safra de verão que podem ocasionar uma pressão nas cotações", acredita Alves.

Leilão do Governo

Conforme já havia sido antecipado pelo Notícias Agrícolas, o Ministério da Agricultura confirmou nesta sexta-feira que irá lançar um edital para a venda de milho dos estoques da Conab. A informação foi divulgada pela ministra Kátia Abreu, em sua conta no Twitter, e afirma que o volume será de 500 mil toneladas neste primeiro momento.

"O Mapa vai lançar edital para vender 500 mil TON de milho estocado na CONAB. Forte aumento dos preços. Manter estoques custa caro ao país", disse Kátia no Twitter. "O Mapa analisa os preços dos alimentos diariamente. Temos um histórico dos preços em séries de uma década. Os leilões da CONAB ajustam preço. Os leilões são de compra quando o preço está baixíssimo para os produtores ou de venda quando está alto para consumidores. É nosso papel!", informaram as publicações.

Entretanto, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, ressalta que o volume anunciado é pequeno para conter a alta nos preços no mercado interno. "E nem mesmo as importações de um ou dois cargos de milho da Argentina irão mudar o mercado. O que deverá mudar é a entrada da safra de verão, quando entra novo milho os compradores de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia deixam de buscar o grão no Centro-Oeste e as cotações tendem a se acalmar. Ainda teremos uma disputa até junho entre mercado interno e externo, garantindo valores sustentados", afirma.

Bolsa de Chicago

O pregão desta sexta-feira (22) foi positivo aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal encerraram o dia com altas entre 3,00 e 3,25 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,70 por bushel, após iniciar a sessão a US$ 3,67 por bushel. O contrato maio/16 era negociado a US$ 3,74 por bushel. Na semana, as cotações do milho registraram valorizações entre 1,85% e 1,97%.

Além da reação nos preços do petróleo, nesta sexta-feira, o bom humor dos mercados acionários contribuiu para os ganhos nos preços da commodity, conforme informou o site internacional Farm Futures. As ações chinesas encerraram a sessão de hoje em alta, com a sustentação na recuperação das ações globais e dos preços do petróleo. Já o petróleo era cotado a US$ 32,15, por volta das 17h18 (horário de Brasília).

Outro fator que também ajudou o tom positivo dos negócios foi o relatório de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportado nesta sexta-feira. Na semana encerrada no dia 14 de janeiro, as vendas totalizaram 1.157,7 milhão de toneladas de milho da safra 2015/16, uma alta de 73% do que o registrado na semana anterior e 91% acima da média das últimas quatro semanas.

No período, o México foi o principal comprador do produto norte-americano, com aquisição de 466,9 mil toneladas. Entretanto, no acumulado da temporada, as vendas de milho estão 27% abaixo do observado no mesmo período do ano anterior e totalizam 22.401,0 milhões de toneladas do cereal. Ainda no boletim, o departamento informou a venda 189 mil toneladas da safra 2016/17, levando as vendas semanais a totalizarem 1.346,7 milhão de toneladas, acima das expectativas que variavam de 600 mil a 900 mil toneladas.

Por outro lado, os investidores também estão atentos ao planejamento da nova safra nos Estados Unidos. E, enquanto, números oficiais não são divulgados, há muitas especulações no mercado internacional em relação à área real que será destinada ao plantio do milho. Essa semana, a consultoria Informa Economics estimou a área do cereal em 35,96 milhões de hectares. A projeção ficou abaixo do indicado em dezembro, de 35,99 milhões de hectares. Na safra 2015/16, a área total semeada com o grão ficou em 35,61 milhões de hectares e a produção em torno de 345,48 milhões de toneladas, conforme último boletim de oferta e demanda do USDA.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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