Milho: Após perdas do dia anterior, mercado inicia pregão desta 6ª feira próximo da estabilidade na CBOT

Publicado em 26/02/2016 08:18

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho operam com ligeiros ganhos, próximos da estabilidade na manhã desta sexta-feira (26). As principais posições do cereal exibiam altas entre 0,50 e 0,75 pontos, por volta das 7h35 (horário de Brasília). O contrato março/16 era cotado a US$ 3,56 por bushel, enquanto o maio/16 era negociado a US$ 3,61 por bushel.

O mercado tenta se manter do lado positivo da tabela após encerrar o dia anterior com perdas de mais de 4 pontos. Os analistas reforçam que o mercado segue atrelado às informações vindas do financeiro e que ainda há uma falta de informações fundamentais. Ainda ontem, os primeiros dados divulgados no Outlook Forum indicaram uma área de 36,42 milhões de hectares que deverá ser cultivada com o cereal na temporada 2016/17 nos Estados Unidos. O número ficou acima da temporada passada, de 35,61 milhões de hectares.

Paralelamente, o andamento da safra da América do Sul também é observado pelos participantes do mercado, especialmente a da Argentina. As agências internacionais divulgaram nesta quinta-feira (25), que as chuvas ocasionadas pelo El Niño poderiam gerar inundações em áreas produtoras de soja e milho em março.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Milho: Em Paranaguá, preço futuro acompanha o dólar e recua 4,11% nesta 5ª feira; saca é cotada a R$ 35,00

Diante da queda registrada no câmbio, o preço futuro da saca do milho caiu 4,11% em Paranaguá e retornou ao patamar de R$ 35,00. No caso do Porto de Rio Grande, não houve referência para as negociações nesta quinta-feira (25). Em Não-me-toque (RS), a saca registrou ligeira alta de 1,39%, cotada a R$ 36,50, já em Campo Novo do Parecis (MT), o ganho foi de 1,72% e a saca fechou o dia a R$ 29,50. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.

Por sua vez, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,9500 na venda, com queda de 0,17%. Na mínima do dia, o câmbio tocou o nível de R$ 3,9207. Conforme dados da agência Reuters, o dólar acompanhou a movimentação de outras moedas da América Latina, entretanto, ainda paira no mercado a volatilidade dos preços do petróleo e as incertezas sobre a economia chinesa.

Nesse instante, os analistas ponderam que os participantes do mercado acompanham a evolução da colheita da safra de verão. Isso porque, em algumas regiões, a oferta ainda se mantém ajustada, o que diante da procura firme, dá sustentação aos preços do cereal. No caso do Rio Grande do Sul, a colheita subiu de 38% para 42% essa semana, conforme informações reportadas pela Emater/RS. No mesmo período do ano anterior, a colheita estava completa em 45% da área semeada.

"Os atuais índices de produtividade e qualidade estão trazendo otimismo aos produtores, gerando expectativa de que se mantenha até o final geral da safra. Como exceção, algumas áreas pontuais da região Sul apresentam deficiência de chuvas; isso gera déficit hídrico que prejudica a cultura e sua produção", informou a entidade em seu boletim técnico.

No Paraná, em uma semana, a colheita evoluiu de 24% para 37%, de acordo com dados divulgados pelo Deral (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão manteve em 90% o índice de lavouras em boas condições e cerca de 1% apresentam condições ruins. Em torno de 67% das plantações estão em fase de maturação. O departamento ainda anunciou que em torno de 26% da safra já foi comercializada.

Paralelamente, as exportações de milho ainda registram bons volumes no acumulado em fevereiro e superam os 4.424,0 milhões de toneladas, de acordo com dados oficiais da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A média diária ficou em 340,3 mil toneladas do grão. Em comparação com o mês anterior, a quantidade exportada diariamente representa uma alta de 52,7%, já que em janeiro/16 o número ficou em 222,9 mil toneladas diárias.

BM&F Bovespa

Mesmo com a ligeira queda do dólar, as cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam a sessão desta quinta-feira (25) do lado positivo da tabela. As principais posições da commodity exibiram leves ganhos entre 0,79% e 0,82%. O contrato março/16 era cotado a R$ 43,75 a saca, enquanto o setembro/16, referência para a safrinha, era negociado a R$ 36,95 a saca.

Bolsa de Chicago

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quinta-feira (25) em campo negativo. Ao longo do dia, as cotações do cereal ampliaram as perdas e fecharam com quedas entre 4,00 e 4,25 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,55 por bushel, enquanto o maio/16 a US$ 3,60 por bushel. Essa foi a 3ª sessão consecutiva de desvalorização aos preços do cereal.

As cotações da commodity estenderam as quedas depois do Agricultural Outlook Forum trazer algumas supressas ao mercado ao indicar um aumento expressivo na área de plantio do milho nos Estados Unidos. No caso do cereal, os produtores americanos irão semear em torno de 36,42 milhões de hectares, contra os 35,61 milhões de hectares da safra anterior. O número ficou ligeiramente acima das apostas dos participantes do mercado, de 36,3 milhões de hectares.

E, segundo analistas internacionais, o aumento projetado para o grão se dá por conta de preços menores dos combustíveis e dos fertilizantes tornarem a cultura, ao menos nesse momento, mais atrativa para os produtores do que as demais opções. "As projeções devem ajudar a transformar o foco do mercado para a nova safra no país em meio aos grandes estoques globais e uma demanda fraca", disse analista e editor do site Farm Futures, Bryce Knorr.

"As estimativas de área cultivada reportadas no Outlook Forum foram praticamente em linha com as expectativas. Assim, a falta de algo novo é negativa ao mercado diante da atual estrutura do mercado, que estão famintos por novos dados", disse o analista sênior de grãos da PIRA Energy, Peter Meyer, em entrevista ao Agriculture.com.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 18 de fevereiro, as vendas de milho somaram 1.066,200 milhão de toneladas, com estimativas entre 700 mil e 1,2 milhão de toneladas. E no caso do cereal, foram 934,6 mil toneladas da safra atual e mais 131,8 mil da nova. O principal comprador da temporada 2015/16 na última semana foi o Japão, ao adquirir 334,8 mil toneladas.

Safra mundial

O IGC (Conselho Internacional de Grãos, na sigla em inglês) revisou para cima a projeção para a produção global de milho da safra 2015/16 para 969 milhões de toneladas. O número representa um crescimento de 10 milhões de toneladas em relação ao número divulgado anteriormente. Consequentemente, os estoques mundiais poderão atingir o nível mais alto em quase 30 anos no final da temporada.

Na América do Sul, o foco está na produção da Argentina, que nesta temporada poderá ficar próxima de 25 milhões de toneladas do cereal. Ainda hoje, as agências internacionais divulgaram que as chuvas ocasionadas pelo El Niño poderiam gerar inundações em áreas produtoras de soja e milho em março.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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