Dólar mais fraco, colheita em dúvida e possível tensão geopolítica dos EUA sustentam milho na CBOT

Publicado em 22/09/2017 17:46

Aos fatores que foram listados ao longo da sexta (22) para o milho em Chicago (CBOT), se acrescentou à pressão geopolítica vivida pelos Estados Unidos ao cardápio que fizeram os futuros escaparem mais para cima ao final do pregão. Mas nada muito entusiástico.

O último contrato do ano, o dezembro, foi a 3,25 pontos de variação, fechando em US$ 3,53. Os futuros de 2018 ficaram no intervalo de 3 a 3,50 pontos: o março US$ 3,66, o maio US$ 3,74 e o julho US$ 3,81.

Para um dia que “poderia ser esperado como decadente”, como notificou o Farm Futures, com uma colheita que avançou estes dias melhor do que mostraram os primeiros números até o último domingo, mas ainda gerando dúvidas, até que os ganhos foram razoáveis.

O dólar mais fraco nos Estados Unidos, favorecendo as vendas externas do cereal americano, mais algum apetite para o risco quando pesaram os possíveis problemas com o calor e seca no Brasil sobre o milho verão (que deverá já ser menor) e sobre a janela de plantio do safrinha (sob o possível atraso do plantio/colheita da soja), foram observados com bastante atenção durante os negócios.

Já a Benson Quinn Commodities tratou de acrescentar aos seus investidores, ao longo do dia: "As tensões geopolíticas com a Coréia do Norte, enquanto prejudicam os preços das ações de Wall Street em negócios atrasados, também poderia estar mudando o dinheiro para os mercados de commodities".

BM&F Bovespa

Os futuros na bolsa de São Paulo saíram do leve negativo em que se encontram e se moveram para um leve positivo, com os compradores de última hora pegando carona na subida do milho no mercado disponível (veja abaixo).

O novembro foi a R$ 31,45, por mais 0,29, e o janeiro caiu 1,5%.

Milho Disponível

O mercado físico se movimentou acima do normal (sendo sexta-feira), ainda não dando para saber se o aumento nos preços foi por alguma pressão exportadora (o que não parecia de manhã que aconteceria) ou porque os vendedores trataram de jogar para cima diante de um plantio novo que será menor e talvez menos produtivo por conta da seca. No Paraná especialmente.

Todas as principais praças produtoras e comercializadoras, como Ubiratã, Londrina, Cascavel e Pato Branco tiveram a saca variando para cima entre 2,37 a 2,56% - só Ubiratã cresceu mais, subindo 5%, a R$ 21,00.

Cascavel foi a R$ 20,00, como Londrina, e Pato Branco a R$ 21,60. Vale destacar que a saca dessas cidades paranaenses superam a negociada em Campo Grande, parada em R$ 19,00 – a demanda é menor, mas também a oferta é menor.

No Mato Grosso, Sorriso teve um pico de mais 2,5%, fechando os negócios com milho disponível em R$ 12,30. Nas demais cidades relevantes para o cereal de inverno os preços ficaram estacionados, todos acima de Sorriso, que é o milho mais barato do Brasil.

 

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Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

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