B3 acumula queda semanal de 6% para o milho com peso da colheita

Publicado em 03/06/2022 16:43 e atualizado em 03/06/2022 17:29
Chicago também cai mais de 6% na semana esperando corredores de exportação na Ucrânia

A sexta-feira (03) chega ao final com os preços futuros do milho novamente recuando na Bolsa Brasileira (B3) para encerrar uma semana negativa. 

O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 86,63 com perda de 0,32%, o setembro/22 valeu R$ 88,87 com queda de 0,60%, o novembro/22 foi negociado por R$ 90,60 com desvalorização de 0,89% e o janeiro/22 teve valor de R$ 93,21 com baixa de 0,71%. 

Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorizações, de 4,68% para o julho/22, de 6,26% para o setembro/22, de 5,92% para o novembro/22 e de 4,90% para o janeiro/23, diante do fechamento da última sexta-feira (27). 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, quem seguem pressionando as cotações do milho no Brasil é a colheita da segunda safra e a grande quantidade de milho que está nos campos para ser colhida daqui para frente. 

“Está começando a ganhar ritmo a colheita no Mato Grosso, que tem recomendação de colher rápido para não correr risco com fogo na reta final, e a safra brasileira está se definindo. Vai ser uma safra, mesmo com perdas grandes de produtividade em alguns lugares, uma safra de 80 milhões de toneladas ou mais, e isso reflete no mercado doméstico”, pontua Brandalizze. 

Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altas do que baixas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações apenas em São Gabriel do Oeste/MS. Já as valorizações apareceram nas praças de Ponta Grossa/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO e Dourados/MS. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a demanda se mantém retraída à espera do avanço da colheita e melhora significativa da oferta, adicionando mais peso aos preços no mercado doméstico. Em Campinas/SP, o cereal recua abaixo dos R$ 86,00/sc”. 

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) teve um dia de volatilidade, com os preços internacionais do milho futuro oscilando entre o campo negativo e o positivo, encerrando as atividades da semana contabilizando novos recuos. 

O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,27 com baixa de 3,25 pontos, o setembro/22 valeu US$ 7,01 com queda de 3,50 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 6,90 com desvalorização de 4,25 pontos e o março/22 teve valor de US$ 6,95 com perda de 4,00 pontos. 

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (02), de 0,41% para o julho/22, de 0,43% para o setembro/22, de 0,58% para o dezembro/22 e de 0,57% para o março/23.   

Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorizações, de 6,44% para o julho/22, de 5,78% para o setembro/22, de 5,48% para o dezembro/22 e de 5,18% para o março/23, diante do fechamento da última sexta-feira (27). 

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros do milho foram pouco alterados, mas se enfraqueceram com traders monitorando as negociações diplomáticas destinadas a retomar os embarques de grãos ucranianos e reabrir os portos do Mar Negro bloqueados desde a invasão da Rússia. 

Comerciantes de grãos monitoraram as notícias sobre a guerra na Ucrânia, enquanto a Turquia disse esperar progresso em um plano para desbloquear as exportações de grãos dos portos do Mar Negro quando o ministro das Relações Exteriores da Rússia visitar a Turquia na próxima semana. 

Na quinta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia disse que os navios que transportam grãos podem deixar os portos da Ucrânia no Mar Negro através de “corredores humanitários” e a Rússia está pronta para garantir sua segurança, segundo a agência de notícias Interfax. 

“O mercado de milho se tornou muito vendido, mas a preocupação com a possibilidade de o grão sair da Ucrânia permanece. Se isso não acontecer, então o mercado de milho está preparado para uma recuperação de preço”, disse Tomm Pfitzenmaier, analista da Summit Commodity Brokerage. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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