Unidade da Cargill armazena milho a céu aberto com colheita acelerada

Publicado em 23/06/2022 08:24 e atualizado em 23/06/2022 15:18

Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) – Pelo menos uma unidade da trading de grãos norte-americana Cargill está armazenando milho a céu aberto em Mato Grosso, de acordo com registros publicados no Twitter nesta quarta-feira, refletindo o ritmo acelerado da colheita na temporada.

As imagens do milho, que lembram dunas de areia ou uma série de pirâmides amarelas, mostram o produto do lado de fora de instalações da Cargill em Boa Esperança, perto da cidade de Sorriso.

A Cargill disse em comunicado à Reuters que armazenar milho em áreas abertas é uma prática comum, e que pode ser feita em regiões onde não há chuvas significativas em determinados períodos, como agora em Mato Grosso.

O vídeo, feito por um agricultor da região, sugere que o Brasil está apto a colher uma grande segunda safra de milho, após um mau 2021. Elas também ilustram problemas históricos de logística no Brasil.

Estima-se que cerca de 21 mil toneladas de milho estejam fora da unidade da Cargill, disse à Reuters Eduardo Vanin, analista de soja da Agrinvest. Ele citou a estimativa de um produtor local e postou as imagens do milho em sua própria conta no Twitter.

Outras 12 mil toneladas devem ser depositadas ali nos próximos dias, de acordo com Vanin, citando contatos locais. 
Sobre as imagens, a Cargill disse que o milho está “em um sistema temporário de armazenamento que será coberto e contará com controle de temperatura e processo de aeração para manutenção da qualidade do produto”.

Vanin disse que há vários outros relatos de milho armazenado fora de silos em Mato Grosso por outras empresas que não a Cargill.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado a produtores, disse na semana passada que a colheita do milho segunda safra do Estado atingiu uma área semeada de quase o dobro da média histórica para o período.

Plantado depois da soja nas mesmas regiões, o milho segunda safra responde por cerca de 75% da produção nacional. A previsão é o Brasil produzir quase 90 milhões de toneladas, um aumento de 46% em relação ao ano passado.

Fonte: Reuters

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