Milho recua quase 1% na B3 com mercado de exportação mais frágil nesta 5ªfeira

Publicado em 06/10/2022 16:44
Chicago também sente a queda das exportações e recua 1,3%

A quinta-feira (06) chega ao final com os preços futuros do milho consolidando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram e flutuaram na faixa entre R$ 86,04 e R$ 93,90. 

O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 86,04 com baixa de 0,96%, o janeiro/23 valeu R$ 91,22 com desvalorização de 0,96%, o março/23 foi negociado por R$ 93,90 com queda de 0,90% e o maio/23 teve valor de R$ 92,60 com perda de 0,53%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 sofreu o reflexo do mercado de exportação mais frágil, o que reduz também os níveis domésticos de balcão, que recuaram ao longo desta semana.  

“Muito calmo o milho nessa semana. O produtor vinha vendendo nas últimas semanas, mas acalmou nessa semana. Há uma expectativa de que na semana que vem voltem esses negócios para recomposição de caixa para compra de insumos e tocar o plantio, como o diesel”, pontua Brandalizze. 

Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve uma quinta-feira de cautela nos negócios. “O dólar opera com grande volatilidade, prejudicando o ritmo de comercialização voltado ao cenário internacional. A queda dos preços na Bolsa de Mercadorias de Chicago pode trazer alguma pressão nas cotações no mercado interno, ainda que os produtores se mostrem pouco dispostos a ofertar grandes volumes do cereal para venda neste momento”. 

Segundo a SAFRAS Consultoria, a mudança na paridade cambial ao longo da semana forçou mudanças nos preços nos portos. A fixação de oferta permanece reduzida neste momento. Da mesma maneira que o frete ainda é um complicador para o abastecimento no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o que mantém o mercado travado. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também foi mais negativo do que positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Palma Sola/SC e Brasília/DF. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, São Gabriel do Oeste/MS, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira 

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) também finalizou uma quinta-feira negativa para os preços internacionais do milho futuro.  

O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,75 com desvalorização de 8,50 pontos, o março/23 valeu US$ 6,83 com baixa de 8,00 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,84 com perda de 7,50 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,80 com queda de 6,25 pontos. 

Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quarta-feira (06), de 1,32% para o dezembro/22, de 1,16% para o março/23, de 1,16% para o maio/23 e de 0,87% para o julho/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, a fraca demanda de exportação pesou nos mercados de milho, pois os investidores permaneceram cautelosos com uma desaceleração econômica. 

“Os mercados de grãos e oleaginosas estavam mais fracos, refletindo o aumento do medo de que problemas recessivos globais possam corroer a demanda por commodities alimentares e energéticas nos próximos meses”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da corretora StoneX, em nota de pesquisa. 

As vendas de exportação de milho de 227.000 toneladas caíram 56% em relação à semana anterior e ficaram abaixo das expectativas do mercado. 

“A demanda no exterior por milho e soja dos EUA normalmente aumenta durante a colheita, mas a falta de água nas seções ao sul do rio Mississippi interrompeu a maior parte do tráfego marítimo, elevando os preços das barcaças”, explica Mark Weinraub da Reuters Chicago. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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