Algodão adensado é opção mais rentável para a safrinha

Publicado em 04/12/2008 18:37
Com as perspectivas de baixa no preço do milho e redução de área cultivada, em função dos estoques atuais, os produtores brasileiros buscam por alternativas mais rentáveis para a safrinha. Diante deste cenário, o algodão adensado vem ganhando a atenção de agricultores interessados em ampliar a rentabilidade e a diversificação de culturas.

Os cotonicultores brasileiros estão de olho nos excelentes resultados obtidos por seus colegas do Paraguai – e devem trazer a novidade para o Brasil já no início de 2009. Coordenados pela equipe técnica da MDM, produtora de sementes de algodão, 60 agricultores do vizinho sul-americano participam, há três anos, de um programa de plantio de algodão adensado. “Temos uma enorme demanda por redução de custos e nossas experiências estão indicando que a técnica é a opção ideal”, afirma Anderson Pereira, gerente de Desenvolvimento de Mercado da MDM.

Segundo ele, o custo médio de uma lavoura de algodão, hoje, no Brasil, é de US$ 2,5 mil por hectare. O sistema do adensado (que consiste em diminuir o espaçamento entre as linhas plantadas e aumentar a população de plantas nas fileiras) pode baixar os custos de 30% a 40%, em média. “Reduzem-se os gastos com adubação, maquinário, combustível e mão-de-obra, porque o ciclo da cultura passa a ser de 150 a 160 dias, frente aos 210 dias no campo do sistema convencional”, explica. “Caso o agricultor opte pelo algodão com tecnologia Bollgard, a redução de custos poderá ser ainda maior, uma vez que cai a quantidade de aplicação de inseticidas”, completa o gerente.

O produtor brasileiro Jackson Bressan, cuja família cultiva no Paraguai há 30 anos, vem testando o sistema desde 2006, numa área de 125 hectares. Na safrinha daquele ano, ele produziu 3.870 kg/ha. Em 2007, esse volume subiu para 4.650 kg/ha. “Dá dinheiro, valorizei meus negócios e agora pretendo atingir produtividade de 6 mil kg/ha de algodão na rotação da soja”, comemora.

Seu vizinho José Emílson Peloia faz coro. “Tem sido uma boa alternativa de renda, ainda mais fazendo o plantio direto na palhada do trigo ou do milho”, afirma. Em uma lavoura experimental de 80 hectares, ele obteve produtividade de 3.950 kg/ha.

No Brasil

De acordo com o estudo Plantio de Algodão Adensado no Oeste Baiano, do Ministério da Agricultura, a adoção de espaçamento de apenas 0,35 cm entre as linhas resultou em produtividade 13% maior que o tradicional espaçamento de 0,75 cm.

O relatório revela que um dos motivos para a melhor produtividade do espaçamento mais estreito é o maior aproveitamento da radiação solar. No espaçamento de 0,35 cm, toda a área já está coberta pelas folhas do algodoeiro, enquanto no espaçamento de 0,75 cm grande parte do solo ainda está descoberto, ocasionando desperdício de radiação e maior possibilidade de desenvolvimento de plantas daninhas. “O aumento da população de plantio também pode melhorar a eficiência de aproveitamento dos fertilizantes, já que a densidade de raízes é significativamente maior”, conclui o documento.

Anderson Pereira, da MDM, sublinha que a técnica precisa ser adaptada a cada região, considerando as características locais e acompanhado de seu consultor técnico em algodão. “O adequado em nossa experiência é escolher um cultivar de ciclo médio precoce, recomendado para safrinha, resistente a virose e bacteriose, formato da planta colunar, porte médio e sem apresentar ramos vegetativos”, explica.


Fonte: Agrolink
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