Área plantada de milho despenca em Santa Catarina

Publicado em 18/08/2009 16:43
Estado terá de importar 3 milhões a mais de toneladas em 2010

A área plantada com a cultura de milho nas regiões mecanizadas de Santa Catarina cairá 50%, criando o maior déficit da história agrícola e gerando a necessidade de importação de até 3 milhões de toneladas em 2010. A avaliação é do vice-presidente da Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina), Enori Barbieri.


Atualmente, SC tem 815 mil hectares de área plantada de milho“Essa situação deriva, em parte, da falta de uma política agrícola consistente para sustentação de preços no Sul do País. A consequência mais grave, além do empobrecimento da família rural, é o afastamento do sistema agroindustrial catarinense que vai, aos poucos, migrando para o Brasil Central e outras regiões com maior oferta de grãos. Nesse cenário, soa trágica a recente decisão do governo em cortar o crédito do ICMS na importação de milho”, observa o vice-presidente.


O milho, insumo fundamental para as vastas cadeias produtivas de frangos, suínos e leite, é cultivado em 815 mil hectares que produzem 4 milhões de toneladas por ano, numa média de produtividade de 50 sacos por hectare. Nos anos de normalidade de produção, Santa Catarina importa 2 milhões de toneladas para abastecer o vasto sistema de produção agroindustrial.


Com a decisão dos produtores de áreas mecanizadas – onde há maior produtividade – em reduzir 50%, a Faesc calcula que a área total cultivada no Estado (incluindo as lavouras não mecanizadas) ficará 30% menor.


“Os produtores rurais vão migrar do milho para a soja, que oferece custo 50% menor e remuneração maior, R$ 40,00 a saca. Por isso, para as agroindústrias, 2010 será um ano difícil”, prevê o dirigente.


Em 2008, o preço do milho não gerou renda aos produtores: apesar da queda de produção em consequência da seca, o preço se manteve baixo (R$ 17,00 a saca), pouco acima do preço mínimo fixado em R$ 16,50 a saca. Pouca produção e preço baixo potencializaram o prejuízo, explica Barbieri.


O mercado praticou preços reducionistas porque havia um estoque de passagem de 2008/2009 de 12 milhões de toneladas. O ano vai terminar com nova sobra de passagem 2009/2010 da ordem de 10 milhões de toneladas, porque as exportações de milho foram pífias em razão da situação cambial – dólar baixo e pouca competitividade do produto brasileiro no exterior.


Este cenário não deixa dúvidas: Santa Catarina terá que importar até 3 milhões de toneladas do Paraná, Mato Grosso e Paraguai no próximo ano.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Ascom Gov. Santa Catarina

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário