Milho: Safras recordes inviabilizam produção

Publicado em 17/02/2010 08:34
Além de superlotar os armazéns do estado, o milho impede o armazenamento da soja e faz os preços caírem muito inviabilizando a comercialização

Muitos fatores são contabilizados para que o produtor não tome prejuízos na safra. São os chamados custos de produção, são eles: gastos com fertilizantes, defensivos, combustíveis, funcionários e desgaste de maquinários. Mas um outro custo, este já fora da propriedade pode tornar as coisas ainda mais difíceis para o produtor: o frete.

Com dificuldade de escoação, o preço de comercialização do milho praticado na região de Lucas do Rio Verde é muito baixo, complicando ainda mais a vida do homem do campo.

Jaime Binsfield, diretor comercial da Fiagril, afirma que o estoque de passagem está cada vez mais alto em Mato Grosso. Atualmente o estado mantêm 3.5 milhões de toneladas no total, sendo 2.7 milhões de estoque da Conab e o restante dos produtores.

O produtor acredita que pode contar com os programas do governo para obter um preço melhor, mas a capacidade estática de armazenagem ainda é a maior preocupação.

A expectativa de produção da próxima safra é de 8 a 9 milhões de toneladas e preocupa a cadeia produtiva do milho. “Com esse preço baixo agora da soja, muito possivelmente vamos ter estoques maiores, o que preocupa é a falta de espaço de armazenagem e a queda nos preços”, afirma Jaime.

O norte do estado é o grande produtor de milho, 50% de toda a safra de Mato Grosso é produzida nos municípios do norte.

“Nos outros municípios a situação não é diferente, a Conab tem uma solicitação muito grande para a remoção do milho, mas também esta com dificuldade, porque ano passado ela removeu uma grande quantidade de milho, mas hoje os armazéns ainda estão cheios, a Conab não conseguiu sair com nada deste estoque”, argumenta Binsfield.

Para Jaime, esse é um quadro geral do estado. “Nós temos ai uma estimativa de consumo de no máximo 2 milhões para uma produção de 8 milhões de toneladas, então nós temos um excedente muito grande.”, ele ainda afirma que os produtores têm muitas dúvidas de como vai se comportar a questão de comercialização e o espaço físico para armazenar o milho.

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Fonte:
Expresso MT

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1 comentário

  • Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR

    Nós agricultores ainda somos amadores frente ao mesrcado! Sabemos tudo a respeito do plantio a colheita, mas na hora comercializar... é justamente nesta praia que morremos! E de boca seca!

    Produzimos e fazemos muitas contas, sem levar em conta a importancia da mesma na hora de planejar uma safra. Não é só insumos! Tem maquinas, fretes, juros e riscos. Muitos ja me disseram "se eu fizer esse tipo de conta, eu não planto", então porque plantam? Porque é bonito? Por diversão? Não! Plantamos porque queremos progredir, ter lucros, melhorar de vida e muito mais. Alguém ja viu um comerciante vender abaixo do custo, só porque gosta do ramo? Impossivel, eles também querem o mesmo que nós, ou seja, ganhar dinheiro. Nós sim nos deixamos invadir pela paixão e cometemos suicidio economico, o mercado não está errado, nós é que estamos indo na contra-mão dos fatos, abarrotando os armazéns, produzindo cada vez mais e muitas vezes tomando ainda mais prejuisos! Mas gosto é gosto, cada um tem o seu.

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