Milho: Concorrência derruba preços e desestimula o plantio no PR

Publicado em 06/04/2010 09:13
A área extra dedicada ao milho no ciclo atual em estados como Mato Grosso e Goiás é menor que a extensão que a cultura perde em Mato Grosso do Sul, São Paulo e principalmente no Paraná. No Centro-Oeste paranaense, insatisfeito com os preços, produtores optam por deixar a terra simplesmente coberta com a palhada da safra de verão. Eles dizem que os custos estão muito altos na comparação com a remuneração que o mercado oferece.

“Não dá para concorrer com os produtores do Mato Grosso, que estão comercializando a saca de milho a R$ 8 (60 quilos)”, analisa o produtor rural Juvercindo Gaio, que suspendeu o cultivo da 2ª safra. Em sua avaliação, para uma lavoura rentável, seria necessário investir R$ 410 em semente, R$ 450 em adubo e R$ 125 em uréia por hectare, além dos gastos com herbicidas. Ele teria de produzir 1 tonelada por hectare a mais que a média do estado, que deve chegar a 4 t/ha, para conseguir cobrir todas as despesas na venda da saca do cereal a R$ 14, calcula.

Há municípios na região, próximos a Campo Mourão, que cortaram mais da metade da área do milho safrinha. Em Boa Espe rança, a redução foi de 12,5 mil para 6 mil hectares na comparação com um ano atrás. Em Farol, de 6 mil para 2,5 mil mil hectares. É assim também em Centenário, Ubiratão e inclusive em Campo Mourão, que está realizando um novo levantamento para avaliar com mais precisão a drástica retração.

Quem planta está parcelando o pagamento dos insumos e apostando na elevação das cotações. Caso da agricultora Maria Elena Riva, que cultivou 37 hectares em Campo Mourão e, em último caso, vai segurar o cereal em armazém próprio para vender na entressafra. “Posso armazenar 730 toneladas e vender no disponível, onde terei liberdade para brigar pelo preço melhor”, comenta. Na safra de verão, ela deixou de plantar por conta do preço baixo. “Tinha a opção de cul tivar soja. Agora no inverno, minha única alternativa viável é milho safrinha.” O assessor técnico-econômico da Ocepar Robson Mafioletti afirma que ainda pode haver reajuste na área de milho do Paraná, principalmente se as condições para o trigo continuarem desfavoráveis.
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Fonte:
Gazeta do Povo

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