Milho na BA: silos cheios dificultam armazenagem

Publicado em 07/05/2010 07:47 e atualizado em 27/02/2020 14:36
Quase todo o milho plantado no oeste da Bahia já foi colhido. O problema agora para os agricultores é encontrar armazéns para estocar o grão.

As máquinas na propriedade de 400 hectares do agricultor Valmir Ficagna, em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, estão adiantando o serviço. Setenta por cento do milho já foi colhido. A produtividade deve chegar a 190 sacas por hectare. São 40 a mais do que a obtida no ano passado. Com a produção maior, o problema é com o armazenamento.

O seu Valmir não tem silos na fazenda. Ele reclama do preço para alugar armazéns na região. “Você paga frete para levar para o armazém. E daí pagar mais armazenagem acaba que inviabiliza fazer essa prática”, avaliou.

Para alugar espaço em um silo o preço médio na região é de R$ 1,40 por saca por vez. Levando-se em conta que a saca de 60 quilos está saindo por R$ 14,00 na região, dez por cento do valor da saca acaba comprometido com a armazenagem.

Além do alto custo, há falta de espaço. Muitos silos estão cheios de soja. O sistema de armazenamento consegue guardar até 200 toneladas de milho. Os agricultores estão fazendo isso como alternativa para não perder o produto. Mas há risco já que o material é urano e pode rasgar ou ser furado por animais, comprometendo a qualidade dos grãos. Em toda região, devem ser produzidas 1,2 milhão de toneladas de milho.

A Aiba, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, estima que apenas 30% desse total fique estocado. “Para o agricultor significa que no momento da colheita ele já tenha de se desfazer do produto. Ele não tem onde armazenar esse produto dentro da sua fazenda. Quer dizer que ele precisa tirar imediatamente da fazenda e comercializar pelo preço que estiver sendo praticado naquele momento”, falou Alex Razia, diretor da associação.

Não existe nenhum armazém da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, na região oeste da Bahia.

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Fonte: Globo Rural

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