INTERNACIONAL: China compra mais 300 mil toneladas de milho dos Estados Unidos
A China – que apresenta o mais rápido crescimento econômico do mundo – vem aumentando suas importações já que os preços no mercado doméstico têm subido muito em decorrência da queda na produção e no atraso do plantio devido a condições climáticas. Os preços norte-americanos variam entre US$160 e US$170/tonelada, enquanto no mercado interno chinês o cereal vale US$300 por tonelada. A tentativa de provocar um recuo nos preços com vendas de aproximadamente 3 milhões de toneladas de milho dos estoques, no entanto, não gerou resultados positivos.
“Esta compra pode ser apenas o começo e marca uma mudança histórica nos estoques de milho da China, que podem chegar a um déificit”, disse o diretor da Shanghai JC Intelligence Co, Li Qiang.
De acordo com negociadores chineses, o negócio realizado pela Cofco poderá atender as necessidades de pequenas empresas de ração e criadores do país, uma vez que sozinhos não conseguem importar grandes volumes com preços competitivos.
Queda nos estoques
Segundo um consultor do Conselho de Grãos dos Estados Unidos, Jay O’Neil, a China pode comprar cerca de 500 mil toneladas de milho este ano.
“O abastecimento ainda está disponível, mas esperamos que uma queda nos estoques de milho podem aparecer nos portos entre julho e setembro”, disse Feng Lichen, gerente da Yigu Information Consulting Ltd.
A chuva e o frio atrasaram o plantio na China este ano, aumentando as especulações de que os estoques não serão capazes de atender a demanda, disse Feng. De acordo com o Ministério da Agricultura, lavouras por todo país foram prejudicadas pelo clima.
"As importações não estão concluídas", disse Feng, referindo-se ao fato de que o milho pode ser rejeitado ao chegar aos portos, e os carregamentos podem ser redirecionados para outros países, explica. "Somente quando o milho ‘chega à terra’ vamos contabilizá-lo como importações".
Essa incerteza quanto as compras se dá porque a China mantém regras rígidas impostas pelas autoridades sanitárias do país quanto ao uso de grãos geneticamente modificados na alimentação humana. Em abril, quando foram compradas as 115 mil toneladas, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) conviveu com a apreensão de um possível veto ao negócio.
Com informações das agências internacionais
Tradução: Carla Mendes
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