Produtores de milho amargam prejuízo em maio, segundo CNA
A situação mais crítica foi registrada em Primavera do Leste, MT, onde o valor pago ao agricultor foi de R$ 11, enquanto o Custo Operacional Total (COT), que mede o desembolso da atividade, foi de R$ 17,13 por saca. Assim, o produtor teve prejuízo de R$ 6,13 por saca.
O levantamento mensal também apontou que o quadro é grave em outras regiões produtoras do país. Em Rio Verde, GO, por exemplo, o agricultor teve prejuízo de R$ 3,22 por saca, diferença entre R$ 17,72 por saca do COT e R$ 14,50 do valor da saca. Este cenário no qual o COT supera os custos de produção também foi verificado em Unaí, MG, Londrina, PR, e Campo Mourão, PR. A única região pesquisada que teve o preço de venda da saca acima do custo foi Passo Fundo, RS. Porém, o lucro foi de apenas R$ 0,49 por saca.
Segundo a superintendente técnica da CNA, Rosemeire Santos, mesmo com a pequena alta em relação à abril, os preços continuam muito baixos, em razão do excesso de oferta do produto no mercado. “A expectativa é de que os leilões do governo que começam nesta semana ajudem a retirar o estoque armazenado para comercializar um volume maior e ajudar a conter as sucessivas quedas dos preços”, afirma. A expectativa é de que sejam retiradas do mercado 15 milhões de toneladas de milho com os leilões.
Situação da soja
Em relação à soja, a CNA constatou lucro em quatro das cinco regiões pesquisadas. Em Rio Verde, GO, o produtor obteve em maio ganho de R$ 8,22 por saca, diferença entre R$ 32,62 do preço comercializado e R$ 24,40 do COT. Em Campo Mourão, PR, este valor foi de R$ 7,22 por saca. O preço de venda da saca no município foi de R$ 35,50, enquanto o custo total ficou em R$ 28,28 por saca.
Já em Sorriso, MT, o sojicultor teve prejuízo da R$ 1,27 por saca com a produção da oleaginosa. Apesar do ganho na maioria destes municípios, Rosemeire ressalta que o cenário ainda é de alerta, diante do comportamento do dólar e da evolução da safra norte-americana. “Esses fatores podem sinalizar uma possível queda de preço”, explica.
Feijão e leite
O boletim registrou, ainda, mais um mês de lucro com a produção de feijão, diante das sucessivas altas dos preços nesta cultura, fator atribuído à escassez gerada com o atraso do plantio da segunda safra, que deverá ser de 14% inferior ao ano passado.
Quanto ao leite, observou-se alta de 12% em relação àmarço no preço do litro, na média de cinco estados (Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná). O custo total ficou estável, mas há tendência de alta com a entressafra.