PEP e PEPRO não serão suficientes para equalizar o excesso de milho no país, diz consultor

Publicado em 02/06/2010 16:49 e atualizado em 02/06/2010 17:29
Os leilões de PEP (Prêmio de Escoamento do Produto) e PEPRO (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) realizados pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) e pelo Governo Federal, que vão ocorrer no próximo dia 8 de junho, trazem novos debates para o setor produtivo.

De acordo com Telmo Heinen, consultor em comercialização, O PEPRO para a Bahia causa um prejuízo “aparente” à comercialização do milho para o Nordeste a partir do Noroeste Mineiro e da região goiana do entorno do Distrito Federal e do próprio DF, pois são regiões que destinariam seus produtos também para o Nordeste, assim como o escoamento do PEPRO.

Ele afirma ainda que “fica longe para os Portos e inviável para os nordestinos, que podem se abastecer na Bahia, onde a reclamação também procede”, e garante que a solução para esses produtores seria a realização de AGF (Aquisição do Governo Federal), “Principalmente para a nossa região” confirma.

No Brasil, sobra mais de 10 milhões de toneladas de milho, e Heinen acredita que “para equacionar tem que exportar esta quantidade ou, então, o Governo adquirir no todo ou em parte e deixar na prateleira para o futuro quando pode precisar”.

Outra situação exposta por Telmo são os curtos prazos que a CONAB concede para liquidar as posições. “Do PEP é dia 09 de julho e do PEPRO também, sendo que do leilão anterior de PEP era 28 de junho. Se a data não for respeitada, perde-se o prêmio e, além disso, o produtor leva uma multa e ainda fica na lista negra por dois anos”

Esse excesso de milho no mercado não é causado apenas por fatores econômicos, mas principalmente por uma necessidade de rotação de cultura nas regiões de soja, que por sua vez acabam plantando milho como opção. “As pessoas precisam entender que o produtor planta o milho independentemente de ele ter mercado ou não” afirma Telmo.

No caso do Nordeste, essa situação se estende em função de uma disposição de excelentes produções de soja do Maranhão e do Piauí. “São áreas que estão crescendo e precisam de rotação” garante Heinen. Com essa prática sendo cada vez mais utilizada, o aumento do produto é inevitável assim como a queda nos preços, devido a grande quantidade de milho no mercado. “Muitos plantam milho por razões agronômicas e não por razões econômicas” diz o consultor.

Além das alternativas aplicadas pelo governo, outra saída para o milho seria produzir etanol como os Estados Unidos. Telmo explica que, ao contrário do que a imprensa costuma noticiar, os americanos não plantam milho para fazer etanol, “eles o fazem porque tem muito milho sobrando e nenhum destino para dar, sendo assim usam mais de 100 milhões de toneladas de milho para fazer etanol” explica.

Porém, Heinen acredita que a imprensa, assim como as igrejas e as ONGs são responsáveis pela retração no progresso que o milho poderia trazer na produção de etanol. “Eles vivem apregoando que a fome no mundo é causada pela insuficiência de comida, o que não é verdade, e abominam o fato de usarmos alimentos para fazer combustíveis. Aí os políticos não querem tocar no assunto por causa das criticas para não comprometer qualquer voto”.

Além disso, Telmo afirma que o setor de cana-de-açúcar passou muito tempo fazendo críticas ao etanol americano e na utilização do milho para esse fim. “O Bush veio aqui, ouviu e não fez nada simplesmente porque viu que os americanos estavam certíssimos”.

Para o excesso de milho no Brasil essa seria a melhor saída, “principalmente agora que o Zoneamento Agroecológico vai proibir de plantar cana no Pantanal e na região da Amazônia legal”.

Para finalizar, Telmo explica mais uma razão para a viabilização do etanol de milho no MT. “Sobra uma quantia de 305 kg por tonelada de milho e cada tonelada produz de 380 a 425 litros de álcool. O resíduo, chamado pelos EUA de "DDG" serve para confinamento de gado. Além disto, não são necessários muitos tanques com alto seguro contra fogo para armazenar álcool, pois basta deixar o milho armazenado, é muito mais fácil e possível fazer álcool com estoque de apenas 15 dias” completa.

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Para visualizar as alterações de PEP e PEPRO acesse:

PEP: https://noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=68663

PEPRO: https://noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=68792

 

Flávia Previato

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Fonte:
Redação N.A.

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