Milho e soja elevarão em 3,7% a produção paulista de grãos

Publicado em 24/06/2010 07:29
O desempenho do agronegócio paulista, que atravessa um momento positivo e crescente, ajudou a segurar o déficit do estado, que subiu para 109,7%, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA). As exportações do setor nos cinco primeiros meses de 2010 cresceram 23,4% em relação a igual período de 2009 e atingiram US$ 6,90 bilhões.

A cana-de-açúcar, a pecuária e a citricultura estão entre as principais culturas de São Paulo. No entanto, a região também investe em grãos e, com isso, a colheita nesta safra deve crescer 3,7%.

"A balança comercial de São Paulo depende estritamente da agricultura, que amenizou o tamanho do buraco [na economia]", afirmou José Sidnei Gonçalves, pesquisador do IEA.

O saldo comercial do agronegócio paulista saltou de US$ 3,37 bilhões para US$ 3,93 bilhões, no fechamento de janeiro a maio. No Brasil, o superávit do setor agrícola estava em US$ 18,66 bilhões e foi para US$ 20,91 bilhões, 12,1% superior a 2009.

Gonçalves contou que 80% da exportação de São Paulo é de produto agrícola processado, enquanto 20% é de cultivo básico. Na média nacional o cenário é inverso: 54% das embarcações são de produção básica, contra 46% de produtos processados. "São Paulo é um exportador agroindustrial e o Brasil é um [exportador] primário", explicou.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, junto com o IEA e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), realizou, em abril deste ano, a quarta previsão e estimativa da safra agrícola para as principais culturas do Estado de São Paulo. Nesta safra, a colheita de grãos deve somar 6,5 milhões de toneladas, alta de 3,7% em relação a 2009. Os maiores volumes são para soja safrinha (360,1%) e milho safrinha (27,8%).

Cana-de-açúcar

A área estimada com plantio de cana-de-açúcar, na atual safra agrícola, ficou estável em 5,5 milhões de hectares.

O levantamento indica que, de 2009 para 2010, houve contenção na expansão da cultura no estado, e que alguns fatores influenciaram, como o preço do álcool no mercado internacional - que está abaixo do custo de produção - e tratos culturais errôneos que comprometem a entrada de novos players no mercado, bem como o rendimento dos canaviais já em produção.

Ainda de acordo com o estudo podem ocorrer pequenos decréscimos na produção da safra atual, se comparada à última temporada, de 1,2% para 418,0 milhões de toneladas produzidas e rendimento de 84,4 toneladas por hectare.

Para Miguel Biegai, consultor da Safras & Mercado, na safra 2009/2010 para 2010/2011, o estado ganhou aumento em 6% de área em cana. Logo atrás, ficou Minas Gerais que teve acréscimo de 10% em área, entre os mesmos períodos. De acordo com Canasat, na temporada 2008/2009, houve, em São Paulo, aumento em 12% da área plantada. A produção de cana saltou de 3,62 milhões de toneladas para 384,5 milhões de toneladas - aumento de 6% - de 2009/2010 a 2010/2011.

Pecuária

As exportações da pecuária do Brasil tiveram bom desempenho, durante os cinco primeiros meses de 2010, conforme explicou Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria. "Os embarques melhoraram porque o volume de carne in natura foi 7% maior em relação ao mesmo período do ano passado", disse.

Em 2009, segundo Neto, os abates em São Paulo ficaram em torno de 5 milhões, atrás apenas do Mato Grosso, com aproximadamente 5,3 milhões de abates em igual período. "Mas não dá para calcular, em São Paulo, os abates de [boi] informais", disse.

Citricultura

Nos últimos 15 anos, a citricultura perde área para a cana, segundo afirmou Flávio Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus). Com a baixa remuneração ao produtor e prejuízos devido a doenças cítricas, o citricultor perde o estímulo. Viegas acredita que nos próximos anos a produção da citricultura continue em queda. Para este ano, o cultivo deve ficar entre 270 e 280 milhões de caixas (estimativa das indústrias), em São Paulo. O estado produz cerca de 80% da produção, enquanto Bahia e Paraná produzem de 3% a 4%.

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Fonte:
DCI

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