CNA registra perdas nos preços para produtores de milho e arroz

Publicado em 30/06/2010 13:49
Com o mercado interno de milho abastecido, os produtores continuam recebendo preços pouco atraentes na comercialização da produção e, em alguns casos, os prejuízos em junho superaram os de maio em cinco municípios. Em apenas uma região, os preços recebidos pelos produtores são suficientes para cobrir os custos de produção. As constatações estão no boletim Custos e Preços, divulgado mensalmente pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o objetivo de monitorar o comportamento do mercado nas principais atividades agropecuárias.

A situação mais crítica foi observada em Primavera do Leste (MT). Apesar de uma ligeira recuperação, o agricultor obteve perdas de R$ 5,97 pela saca de 60 quilos, valor pouco menor que os R$ 6,13/saca de prejuízo no mês passado. O Custo Operacional Total (COT) ficou em R$ 17,13/saca, enquanto o preço de comercialização foi de R$ 11,16. Já em Rio Verde (GO) a situação piorou e o prejuízo foi de R$ 4,06/saca, contra R$ 3,22 verificados em maio. O resultado deste mês no município goiano veio da diferença entre R$ 17,22 do COT e R$ 13,66 do valor de venda da produção. Também houve retração do preço do milho em Londrina (PR), acarretando perda de R$ 3,13/saca em junho.

Segundo a superintendente técnica da CNA, Rosemeire Santos, a tendência é de continuidade de queda dos preços com o início da colheita do milho safrinha (2ª safra).

“O mercado está abastecido. Se há expectativa de oferta, os preços caem”, explica. Com os preços do cereal pouco atraentes, uma das esperanças do setor são os leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) que estão sendo feitos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para incentivar a comercialização do produto estocado.

Arroz – O boletim também verificou um quadro desfavorável na cultura do arroz, diante dos problemas climáticos ocorridos na região Sul do país, que responde por grande parte da produção nacional. Em Pelotas, por exemplo, o produto, cuja situação ensaiou leve alta em maio, de R$ 0,24 por saca de 50 quilos, voltou a ter perdas neste mês, e o COT superou os valores de venda em R$ 2,09. “Além dos preços ruins, o clima provocou perdas de produtividade”, justifica a superintendente técnica. Também foi observada perda em Santa Vitória do Palmar (RS), que ficou em R$ 3,08/saca, diferença de R$ 29,45 do COT e R$ 26,37 do preço comercializado.

Soja – Ao contrário do milho e do arroz, os produtores de soja tiveram em junho recuperações maiores em relação a maio na maioria das regiões que fazem parte do levantamento do boletim, com os preços superando o COT. Em Rio Verde (GO), o preço de venda da saca de 60 quilos foi de R$ 35,50, proporcionando lucro de R$ 11,10/saca. Em Campo Mourão (PR), com o preço da saca a R$ 36,10, o ganho foi de R$ 8,22. O boletim também constatou ganhos em Unaí (R$ 2,85) e Londrina (R$ 1,28). Apenas em Sorriso houve prejuízo, embora menor do que em maio, de R$ 0,08.

Café – Segundo o boletim Custos e Preços, houve lucro nas cinco regiões pesquisadas, com valorização significativa do preço da saca de 60 quilos. Em Venda Nova do Imigrante (ES), o preço superou o COT e gerou ganho de R$ 58,10/saca. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a diferença entre o preço e o COT foi positiva em R$ 52,15.

Boi Gordo – Dos 10 estados onde houve levantamento, apenas Goiás, Minas gerais e São Paulo registraram prejuízos para os pecuaristas. A situação foi pior para os produtores goianos, que amargaram prejuízo de R$ 8,98. O maior ganho foi verificado em Tocantins, de R$ 32,36/arroba, resultado de R$ 71,53 do preço médio comercializado e de R$ 39,17 do COT.

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CNA

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