Produtores do MT estudam viabilidade da fabricação de etanol a partir do excedente da safra de milho

Publicado em 10/08/2010 08:56
Objetivo é reativar usinas e disponibilizar o combustível dentro das propriedades.
Produtores do Mato Grosso estudam a utilização do excedente da safra de milho para a produção de etanol. O projeto da Associação dos Produtores de Soja do Estado, que deve contar com a parceria da Embrapa, busca encontrar soluções para eliminar a ociosidade das usinas de biodiesel mato-grossenses, além de agregar valor à produção de milho do Estado, que tem sobra anual de mais de seis milhões de toneladas.

O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, ressalta que a ideia é criar usinas de produção flex, com etanol e biodiesel.

- Podemos aproveitar reatores e caldeiras, que são equipamentos que existem nas usinas de Biodiesel, onde adicionamos alguns equipamentos e elas poderiam ser flex, tanto com biodiesel quanto com etanol - explica.
 
A Cooperativa Agroindustrial do Parecis, no município de Campos de Júlio, será a base da experiência. Se a viabilidade econômica for comprovada, a produção pode se estender para 40 usinas com potencial para processar juntas dois milhões de toneladas de milho. Silveira afirma que o combustível pode ser usado não só pelo consumidor urbano, mas pelos produtores nas propriedades.

- Vai ser inadmissível a gente produzir alimento utilizando o diesel. Os produtores deste país precisam pensar em máquinas e equipamentos que sejam flex também - ressalta Silveira.

O modelo de utilização do milho para a produção de etanol é inédito no Brasil. O uso do grão para o combustível é feito pelos Estados Unidos, que destina grande parte da produção para o etanol.

No Brasil, o modelo mais comum é o da cana-de-açúcar. Este é o modelo que vem sendo implantado por produtores do Rio Grande do Sul. O projeto de agroenergia gaúcho visa tornar o Estado autossuficiente na produção de combustíveis. Atualmente o álcool é importado de outros Estados, o que encarece o produto para o consumidor final.

O assistente técnico da Emater, Alencar Ruggeri, comemora o fato de que outros modelos energéticos estão surgindo.

- O que estamos fazendo no Rio Grande do Sul usa também um pouco da tecnologia no Centro-Oeste. É a experiência também que usamos do sorgo grão para a produção de etanol. E que bom que tenhamos no país essas oportunidades de termos diversas matérias-primas – diz Ruggeri.

Outros modelos de produção de etanol, como com a mandioca e a batata-doce, vão ser discutidos a partir desta terça, dia 10, durante o Simpósio Estadual de Agroenergia, na sede da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas.

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Fonte:
Canal Rural

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5 comentários

  • José Roberto de Menezes Londrina - PR

    Prezado Telmo, Não tenho duvidas a agroenergia é a grande fronteira da agricultura brasileira. Todavia, para conquistarmos este direito, temos que vencer as dificuldades impostas pelo governo e as estratégias da Grandes Organizações do Petróleo. Cultivar plantas para transformar energia solar em alimentos, fibras e energia é a especialidade do agricultor brasileiro ( Manejo Agroenergético de Sistemas Agrícolas). Vamos melhorar o desempenho do transporte brasileiro com a produção diversificada de óleo vegetal (sementes), etanol a partir de amido e/ou açúcar. O projetodo Senador Gilberto Guellner é ótimo exemplo.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Prezado José Roberto Menezes, já tem décadas a produção de "álcool" de cereais para uso industrial, principalmente farmacológico. Outro que está esquecido é o álcool de batata doce, muito mais vantajoso que o de mandioca uma vez que a batata doce pode ser colhida e armazenada para esta finalidade e portanto, pode ser transportada ao passo que a mandioca colhida não dura muito mais que 10 dias - e o residuo de ambas serve para o arraçoamento animal, com caracteristicas próprias. Excelente alternativa para geração de "Trabalho e Renda" para os Assentados da Reforma Agrária todavia parece que preferem "Emprego e Renda", tanto os "Ah!sentados" como a corriola de politicos, onguistas e religiosos que defendem toda vida o ócio.... e claro, também espero como o Sr. Valter que não sejamos acusados e "satanizados" pela fome no mundo, apregoada pelos abobalhadores midiáticos de plantão.

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  • José Roberto de Menezes Londrina - PR

    A produção de etanol de milho em São Pedro do Turvo/ Santa Cruz do Rio Pardo - SP é mais velha que a agricultura do Mato Grosso e a maior parte dos Centros Nacionais de pesquisa da EMBRAPA. Portanto, a produção de etanol de milho não é uma novidade. A agricultura brasileira tem história.

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  • Valter Antoniassi Fátima do Sul - MS

    Além desses detalhes,que o TELMO HEINEN comentou,se a carruagem andar,vamos torcer para que no momento que houver alguma frustração de safra,essas ongs e padres desocupados ,não venham nos satanizar e dizer que somos culpados pela fome do mundo.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Alguém precisa influenciar para conseguir que seja feita uma reportagem sobre o principal gargalo que até hoje impediu o desenvolvimento e o progresso das energias alternativas. Simplesmente é o seguinte, nossa legislação impede a comercialização de energias produzidas pelos pequenos. Por exemplo, há no Senado o PLC 023/2003 que trata disso, até 5.000 litros por dia ou seja, de que adianta produzir energia ou biocombustives nos recônditos do país se é proibido comercializá-la? É incrivel como a imprensa não aborda este assunto, por que será hein?! Medo de ofender algum patrocinador? O etanol de milho do MT só será viável se puder ser comercializado diretamente com os Postos da região produtora. Do jeito como é hoje, frustrará todas as expectativas.

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