Saca de milho sobe 46% no último quadrimestre

Publicado em 01/11/2010 07:00
Aumento é reflexo de intervenção governamental e a quebra da safra do milho e do trigo na Europa.

O preço do milho no Paraná reagiu substancialmente nos últimos 4 meses, fechando em outubro com uma média de R$ 19,12 para a saca de 60 quilos. Segundo informações do Departamento de Economia Rural da Secretária do Estado de Agricultura e Abastecimento (Deral/Seab), o valor representa na prática um aumento aproximado de 46% comparando os meses de julho e outubro. A maior elevação ocorreu no último bimestre, quando a saca saltou de R$ 16,6 para R$ 19,12.

Apesar do aumento significativo, o baixo preço da saca do grão no último ano fez com que a área de plantio tenha reduzido no Estado em comparação com as safras de verão de 2009/2010 e 2010/2011. Dados do Deral apontam que na safra do ano passado, o plantio de milho atingiu 898 mil hectares, contra a estimativa de 742 mil deste ano, sendo que 85% do plantio já foi realizado.

Flávio Turra, gerente técnico econômico da Ocepar, explica que dois fatores influenciaram na ascenção de preços nos últimos meses. O primeiro deles é a quebra de safra do milho e do trigo nos países europeus, o que refletiu no aumento do preço das commodities em todo o mundo. ""No hemisfério norte, há apenas uma safra por ano. Por isso em caso de quebra, é necessário compensar na outra safra. Com isso o preço do mercado internacional acaba reagindo"".

O outro motivo foi a intervenção do governo brasileiro, por meio do cronograma de leilões de Prêmio para Escoamento de Produção (PEP), com o objetivo de apoiar a comercialização do grão. ""Das 56 milhões de toneladas produzidas no País, o governo trabalhou com 12 milhões, comercialiou 10,6 milhões para o mercado, sendo 9,5 milhões para exportação. Internamente, acabou enxugando a oferta"", salienta o especialista.

Turra comenta ainda que o custo de produção do milho esta girando em torno de R$ 14,5 a R$ 15 e que no começo do ano os produtores estavam perdendo dinheiro. Entretanto, das 12 milhões de toneladas produzidas no Paraná, 45% ainda não foram comercializadas - sendo 40% da safrinha e 5% da safra de verão. ""O produtor vai se recuperar agora. A tendência é que os preços subam ainda mais"", completa Flávio.

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Fonte:
Folha de Londrina

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