Milho: Produtores do PR comemoram recuperação dos preços no segundo semestre de 2010

Publicado em 31/12/2010 07:50

Agricultores do Paraná comemoram a reação do preço do milho no segundo semestre. As vendas externas ajudaram a elevar a cotação do grão.

José Carlos está querendo mudar os planos que fez para 2011. Ele é agricultor do município de Castro, no Paraná, e pretende aumentar a área cultivada de milho em pelo menos 50 hectares. Bem diferente do que fez no último plantio.

“Na safra passada os preços foram ruins. A gente teve prejuízo então resolvi aumentar a área de soja e diminuir a área de milho. Se tivesse uma bola de cristal não teria diminuído o milho, apesar de que a soja também está com um preço bom”, analisou José Carlos de Azambuja, agricultor.

Em julho, quando os agricultores do sul do Paraná tiveram que definir a área para o milho, o cenário estava muito ruim. O preço pela saca era de R$ 14,00 e o efeito do fenômeno climático La Niña prometia um longo período de estiagem.

Desanimados os agricultores de Castro diminuíram as lavouras em 35%. Justamente por essa diminuição e pela procura pelos Estados Unidos por mais milho para produzir etanol, o preço subiu. Hoje está R$ 8,00 acima do custo de produção.

Parte dessa recuperação está nas exportações. Para o Paraná elas renderam um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Até agora somam US$ 360 milhões. Isso com praticamente o mesmo volume de grãos. Já no país todo foram 2,3 milhões de toneladas a mais. O rendimento financeiro é de US$ 1,7 bilhão, um valor 64% maior.

Nos silos da cooperativa Castrolanda, das 300 mil toneladas de milho recebidas na última safra, restaram apenas 40 mil, que devem ser usadas para fabricar rações.

“No início da escalada todos os grandes consumidores de milho correram atrás para recuperar e estabelecer os estoques. Então a comercialização foi muito rápida nos últimos 60 dias”, explicou Márcio Copacheski, gerente agrícola. “O que a gente observa agora é que o pessoal está relativamente abastecido. As grandes integradoras que utilizam para ração estão aguardando a entrada da nova safra. Então a comercialização nesse momento está relativamente lenta.”

A expectativa é de como o mercado internacional vai se comportar em 2011.

“Como a gente tem uma possibilidade da chuva atrapalhar o plantio do milho na safrinha do cerrado esse ano, a gente espera que esse preço permaneça pelo ano todo. É um preço que está vindo aí pela redução da área de plantio dos últimos três anos”, explicou Gilmar de Oliveira, analista de mercado.

Conforme a Secretaria de Comércio Exterior, 60% do total de milho exportado pelo país saiu de Mato Grosso. O estado vendeu para fora 5,3 milhões de toneladas em 2010.

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Fonte:
Globo Rural

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