Agricultores estendem a colheita do milho durante a noite em SP

Publicado em 15/03/2011 08:42
O objetivo é driblar o mau tempo e também aproveitar o preço do cereal. Apesar de encarecer os custos, a colheita noturna é necessária.
A colheita do milho avança noite adentro na região sudoeste de São Paulo. Os agricultores correm para driblar o mau tempo e poder aproveitar o bom preço do cereal.

O vai-vem de máquinas e caminhões é intenso. Na propriedade em Taquarivaí, no sudoeste de São Paulo, a colheita do milho ocorre ao mesmo tempo em que a da soja. Mesmo assim, o ritmo é bem acelerado. A possibilidade de chuva é a grande preocupação.

“Tem que colher o máximo que conseguir por dia. Eu não posso me dar ao luxo de, de repente, derrubar meu milho que já está pronto. Se chover, cada diz de chuva atrapalha minha colheita. O milho estando no ponto, temos que colher o máximo por dia nem que a gente precisa entrar noite a fora colhendo”, disse Manuel David Herrera, administrador da fazenda.

O sol começa a se por e os trabalhos na lavoura continuam. Em safras anteriores os funcionários da fazenda estariam indo embora. Mas este ano, como a colheita do milho coincidiu com a da soja e com o período de chuva, os produtores não querem perder tempo. É hora de parar, descansar um pouco e voltar para o trabalho.

“Quando está apurado, tem de ir até mais tarde”, explicou o trabalhador rural Marco Antônio Ferreira.

A jornada é puxada, mas é preciso aproveitar os dias e as noites secas. A colheita durante a noite é igual à do dia. “Com essas máquinas é possível trabalhar á noite com a mesma qualidade de colheita e mesmo ritmo que durante o dia”, disse o agricultor Frederico D'Ávila.

O produtor explicou que a colheita noturna encarece os custos, mas é necessária. “A gente tem custo de hora extra. Todo equipamento fica com a manutenção mais freqüente. A máquina trabalha mais horas por dia. O risco de não aproveitar todos os momento é maior. Com certeza, compensa, principalmente diante dos preços, que estão sendo recompensadores”, avaliou D’Ávila.

No campo o trabalho não pára. Nas beneficiadoras é a mesma história. Muita gente se desdobra para dar conta de cuidar dos grãos que chegam a todo momento.

O ritmo de trabalho na beneficiadora em Itapetininga, São Paulo, é intenso. A empresa tem capacidade para armazenar nove mil toneladas de grãos. Dezesseis funcionários trabalham em três turnos. Foi preciso aumentar o quadro de funcionários em 30%.

“Este ano, como houve um atraso no plantio, atrasou também a colheita devido às chuvas. Agora, como estão colhendo também soja, a tendência é de aumentar esse período até o final de junho. Nós estamos trabalhando em três turnos, durante 24 horas. A movimentação é constante pela entrada e saída de mercadoria. O mercado está valorizado. O produto não está parando no estoque. Esse milho já tem comprador. O grão chega úmido, passa por um processo de padronização e secagem. Normalmente, vai para os silos de armazenamento. Mas, no momento já está indo direto para os silos de expedição, onde é carregado e mandado para o consumidor final”, esclareceu João Luís de Sousa, gerente da beneficiadora.

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Fonte: Globo Rural

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