Tempo coloca em risco segunda safra de milho na região de Querência do Norte/PR
Sem dados estatísticos nas mãos, os agricultores calculam uma redução de 20% na produtividade até o momento. Segundo o técnico agropecuário da COPAGRA, Vilson Domingues Ferrari, a estiagem reduz o potencial produtivo do cereal. A baixa umidade do solo pode comprometer a frutificação do milho. Por isso a ocorrência de precipitações é decisiva para o sucesso da colheita, que começa no final de junho e se estende em julho e início de agosto, conformea época do plantio. "Em torno de 50% das lavouras da região estão em fase de formação de grãos quando a água é essencial para a formação da espiga boa comercialmente; as demais áreas estão em floração e em desenvolvimento", diz.
O risco de estiagem que assombrou os produtores rurais durante o verão vem se tornando uma ameaça cada vez mais real para a safra de inverno. O agricultor Marcos Favoreto plantou 735 alqueires do cereal em Querência e Santa Cruz do Monte Castelo. Sua lavoura está em fase de formação dos grãos.
"Investi alto em adubação e fungicidas, mas vejo a lavoura agora precisando de chuva. Situação difícil para o produtor", disse explicando que - se o clima persistir - em algumas áreas praticamente não haverá produção.
"Estava tudo caminhando bem até o mês passado. Até o preço - que é nosso maior problema - está bom. Agora falta chuva", lamenta o agricultor. A saca de 60 quilos do milho custava no mesmo período do ano passado R$14,50. Neste ano o preço subiu 62%, indo para R$24,70 a saca. Diversos são os fatores que explicam o aumento, entre eles o baixo estoque de milho, o aquecimento da demanda e o incentivo às exportações, concedido pelo governo federal por
meio do Programa de Escoamento do Produto (PEP). O porto de Paranaguá, por exemplo, registrou um aumento de 16% na exportação de milho no primeiro quadrimestre de 2011, em relação ao mesmo período de 2010.
Segundo previsões dos institutos meteorológicos, a tendência é que chova nos próximos dias, porém índice deve ser abaixo do esperado. "Pela temperatura, uma chuva de 30 milímetros já ajudaria bastante", disse Vilson Ferrari, técnico agropecuário da cooperativa.