Pode faltar milho para a suinocultura mato-grossense
Segundo o diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, Mato Grosso apesar de ser um dos maiores produtores de milho, o cereal não fica no Estado, por conta da alta demanda de abastecimento do grão pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que concentram os maiores rebanhos de aves e suínos, plantéis que demandam grande quantidade do cereal.
Rodrigues explica que segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os estoques de milho não ultrapassarão um milhão e duzentas mil toneladas, isso considerando a quebra de safra que oscila entre 20 a 25%. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 70% desta produção já foi comercializada. O que apavora o setor é que apenas a cadeia suinícola consome 600 a 700 toneladas anualmente. Ou seja o estoque não atenderá nem setor de aves, bovinos e nem exportação.
“Precisamos com urgência que o governo interceda pra que haja uma retenção da produção de milho dentro do Estado. Não aguentaremos mais este aumento nos nossos custos que já estão inviáveis, hoje estamos amargando prejuízos e empatando custo e venda”, afirma presidente da Acrismat e produtor Paulo Lucion.
De acordo com Lucion hoje o preço da saca de milho está em R$17,50. Se os produtores tiverem que importar de outro Estado o cereal os preços serão exorbitantes e podem girar entre R$ 30 a R$ 50 a saca. “Se isso acontecer várias granjas serão fechadas e produtores levados à falência”, revelou o presidente.
Mato Grosso conta hoje com um plantel de 110 mil matrizes suínas, cada uma gera de 20 a 25 animais terminados por ano, de alto grau de evolução genética. Hoje a suinocultura gera no Estado mais de 32 mil empregos diretos e indiretos.