Soja: Milho no limite de baixa pressiona mercado em Chicago nesta sexta-feira

Publicado em 03/10/2011 07:17 e atualizado em 09/03/2020 10:53
Colapso dos preços futuros do milho derruba cotações futuras da soja em Chicago
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Esta análise refere-se ao pregão futuro de trinta de setembro de 2011. Nesta sexta-feira, as cotações futuras de soja relativas aos três primeiros vencimentos da Bolsa Mercantil de Chicago (CME) fecharam com perdas maciças, conforme a tabela acima. O vencimento mais negociado da oleaginosa - Novembro/2011 - cedeu US¢51 (cinquenta e um centavos de Dólar) por bushel, ou seja, - (menos) 4,15 %. No acumulado da semana, aquele vencimento cedeu US¢79 (setenta e nove centavos de Dólar) por bushel. O pronunciado recuo das cotações de soja ocorreu na esteira da formidável perda dos preços futuros do milho (menos 6.3%, somente nesta sexta-feira).

Essa perda atingiu US¢40 (quarenta centavos de Dólar) por bushel, no limite de baixa dos preços futuros relativos ao vencimento Dezembro/2011 daquela forrageira, em Chicago. O limite de baixa do milho será ampliado para US¢60 (sessenta centavos de Dólar) por bushel, na segunda-feira, três de outubro corrente. A razão de tudo isso reside no fato de o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) ter divulgado estimativa de estoque de milho norte-americano (referida à data de primeiro de setembro último) inferior em 23 % a outra estimativa do próprio USDA (uma divisão diferente) tornada pública apenas duas semanas atrás. Os participantes do mercado esperavam que o número do estoque de milho no citado país e na data mencionada viesse a ser o mais baixo dos últimos quinze anos, anteriormente à colheita. Os operadores de milho futuro ficaram aturdidos.

Os analistas em Chicago estão agora dizendo que a redução do estoque de milho em nível muito abaixo do que era esperado foi devida a preços excessivamente altos durante o verão, o que teria levado os consumidores daquela forrageira nos EUA - particularmente os criadores de gado bovino confinado, de suínos e de aves - a reduzir as suas compras desse insumo. As incertezas sobre as economias estadunidense e global podem ter também contribuído para tanto. Tim Hannagan, analista da corretora PFG Best, chegou a afirmar que o relatório do USDA "revela o nível de destruição da demanda (estadunidense) de milho, em função dos preços (muito) mais altos dessa commodity, durante o verão (no Hemisfério Norte)".

A ironia dessa história diz respeito ao fato de terem ocorrido severas perdas no pregão futuro de soja por influência das perdas colossais no pregão futuro de milho, apesar de o USDA ter estimado o estoque de soja em primeiro de setembro passado em apenas 5.843.179 toneladas (esse será o apertado estoque inicial do ano-safra 2011/2012). Tal número situa-se cerca de 270 mil toneladas (10 milhões de bushels) abaixo da expectativa média dos participantes do mercado. Ninguém até agora falou de destruição de demanda de soja, mas não seria possível manter no curto prazo os preços de soja nos altos patamares registrados durante o verão norte-americano, face o acentuado colapso dos preços futuros da forrageira, nesta sexta-feira, em Chicago.

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Fonte:
SojaNet

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