Governo vai propor criação de novo órgão para fiscalizar preços de combustíveis

Publicado em 30/10/2023 12:48 e atualizado em 30/10/2023 14:52

(Reuters) - O governo federal vai encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei que cria um novo órgão do setor de combustíveis no Brasil, que teria entre outras funções a fiscalização dos repasses de preços das refinarias e importadores até os postos, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta segunda-feira, a jornalistas.

Segundo ele, o operador nacional do sistema de distribuição de combustíveis teria papel semelhante ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), tendo função complementar à agência reguladora ANP. O objetivo será também combater a adulteração, a sonegação fiscal e assegurar o abastecimento, com monitoramento de estoques.

"Queremos que este operador seja para a ANP o que o ONS é para a Aneel (agência reguladora do setor elétrico). Precisamos ter a segurança de que, toda vez que a Petrobras ou qualquer fornecedora ou importadora abaixe o preço na refinaria, essa redução chegue ao consumidor final nos postos de combustíveis", disse Silveira.

"Ele vai ser fiscalizador e ter uma visão global do sistema", acrescentou Silveira.

Para o ministro, o novo órgão deverá garantir que os "melhores preços" cheguem aos consumidores.

O modelo, segundo o ministro, terá participação do governo e da iniciativa privada, melhorando a fiscalização dos tributos, da qualidade dos combustíveis e dos estoques reguladores.

Presente na coletiva de imprensa do ministro, em Belo Horizonte, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que o novo órgão proposto seria importante para integrar sistemas de fiscalização de preços, conforme áudio da entrevista distribuído pela assessoria de imprensa do Ministério de Minas e Energia.

Questionado sobre um descompasso para o repasse de reduções de preços da Petrobras nas bombas, após o reajuste nas refinarias, o presidente da petroleira disse que a redução recente da cotação da gasolina não teve o impacto esperado.

"O incremento em agosto (do preço do diesel) e agora chegou rapidinho", disse.

"Existe aí um processo onde a fiscalização de agência reguladora, Procons, Cade, tudo isso é importante, porque o governo faz esforço enorme para conter volatilidade, especulação de preços e oportunismo", comentou, ponderando que não está acusando necessariamente redes de postos e que há toda uma cadeia produtiva até as bombas, que incluem distribuidores.

(Por Robeto Samora, em São Paulo)

Fonte: Reuters

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