Petróleo cai com vitória de Trump impulsionando o dólar
Por Arunima Kumar
(Reuters) - Os preços do petróleo caíam nesta quarta-feira, com a recuperação do dólar americano após a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA.
Os investidores acreditam que a presidência de Trump impulsionará o dólar, já que as taxas de juros podem precisar permanecer altas para combater a inflação resultante de quaisquer novas tarifas e políticas que possam pressionar ainda mais a economia da China, enfraquecendo a demanda no país.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram cerca de 1 dólar, ou 1,4%, para 74,42 por barril por volta das 9h30 (horário de Brasília), enquanto o petróleo nos EUA (WTI) recuava 1,6%, para 70,86 dólares por barril.
A analista independente Tina Teng disse que, além da alta do dólar, que pesa sobre os preços das commodities, a presidência de Trump pode ter políticas que podem pressionar ainda mais a economia chinesa, enfraquecendo a demanda de petróleo no maior importador de petróleo do mundo, disse.
O dólar caminhava para o maior aumento em um dia desde março de 2020 em relação às principais moedas.
Um dólar americano mais forte torna as commodities denominadas na moeda, como o petróleo, mais caras para os detentores de outras moedas.
"Uma presidência de Trump tem uma tendência de baixa", disse o analista do UBS Giovanni Staunovo. "As tarifas seriam negativas para o crescimento econômico e para o crescimento da demanda de petróleo."
No entanto, Trump poderia renovar as sanções contra o Irã e a Venezuela, retirando barris do mercado, o que seria "altista", acrescentou Staunovo. O Irã exporta cerca de 1,3 milhão de barris por dia.
"No caso de uma vitória de Trump, ele tem pouco interesse em energias renováveis e incentivará ativamente o crescimento da produção de petróleo dos EUA", disse Ashley Kelty, analista da Panmure Liberum.
"Isso não é tão bom para a Opep+, que terá de decidir se quer proteger sua participação no mercado ou tentar sustentar os níveis de preços", disse Kelty.
(Reportagem de Arunima Kumar em Bengaluru, Katya Golubkova em Tóquio e Emily Chow em Cingapura)
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