Xinhua: China deve importar mais milho e soja para atender demanda

Publicado em 22/01/2014 17:13 e atualizado em 22/01/2014 17:51
Apesar do aumento das compras, país quer manter meta de produzir pelo menos 90% do volume de grãos que consome

A China deve aumentar suas importações de milho e soja para atender a sua demanda doméstica, segundo a agência de notícias oficial do governo chinês, Xinhua.

O diretor do gabinete do Grupo da Central de Trabalho Rural, Che Xiwen, se pronunciou em uma conferência sobre os objetivos para o setor rural em 2014 e afirmou que, apesar do aumento das importações, o país ainda quer manter a meta de produzir pelo menos 90% dos grãos consumidos internamente. O objetivo se mantém em linha com seus princípios para a autossuficiência no mercado de grãos. 

O gigante asiático informou que deve reduzir seu sistema de estoques governamentais para o algodão e para a soja em algumas regiões e adotar “metas de preços” em regime de experiência para controlar os preços domésticos e para proteger o sustento dos produtores, segundo Chen. O governo pretende compensar os produtores pela diferença entre o preço de mercado e o preço mínimo.  

No ano passado, a China importou mais de 90 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas, incluindo 63 milhões de toneladas de soja. 

Autossuficiência
Chen Xiwen afirmou que mais de 97% dos principais grãos consumidos no país, incluindo o trigo e o arroz, vem do mercado doméstico. “A quantidade de grãos que a China importa não é tão grande, se comparada com a produção interna”. 

Informações oficiais das importações de grãos em 2013, que inclui o trigo, arroz e milho, ainda não foram divulgadas, mas Chen afirma que houve um aumento médio de 15 milhões de toneladas, em relação às 13,98 milhões de toneladas importadas em 2012. 

Grande produção interna
Informações governamentais mostram que a produção interna de grãos atingiu o recorde de 601,94 milhões de toneladas em 2013, aumentando 2,1% em relação ao ano anterior. Quase 90% da produção, ou 541,75 milhões de toneladas, corresponde a arroz, trigo e milho. 

As importações não sugerem falta de produção doméstica, mas a necessidade por uma maior diversidade de grãos, afirmou Chen. “Em um calculo simples, podemos afirmar que as importações chinesas correspondem a menos de 2,7% do que é produzido no país”.

Em parte, o aumento das importações de arroz também se deve aos preços mais competitivos de países do Sudeste Asiático.

O aumento das importações de soja e milho se deve, majoritariamente, pela maior demanda por ração animal, já que o consumo de carne está crescendo na China. 

Desafios para a produção doméstica
O aumento do uso de máquinas agrícolas no país ajudou a aumentar a produtividade. Chen afirma que 59% do trabalho agrícola, o que inclui plantio e colheita, foi feito por máquinas em 2013, embora a maior parte do maquinário ainda seja importada.

Embora o país tenha registrado consecutivas safras cheias, a produção de grãos é restringida pela pequena oferta de terra arável e água. 

A terra arável per capita chinesa corresponde a apenas metade da média mundial, e o uso de aquíferos tem feito com que os recursos hídricos subterrâneos se acabem com rapidez, informou Tang Renjian, também diretor do Grupo da Central de Trabalho Rural. 

O país enfrenta desafios com contaminação do solo, devido ao uso excessivo de fertilizante e defensivos agrícolas. Segundo Tang, a China usa 58 milhões de toneladas de fertilizante e 1,8 milhões de toneladas de defensivos anualmente. 

“Tornar a produção agrícola chinesa sustentável se tornou um grande desafio”, completou Chen, dizendo que o país irá investir em seu sistema de segurança alimentar e melhorar a governança agrícola, além de expandir o apoio financeiro e proteção para sua agricultura. 

Informações Xinhuanet

Tradução: Fernanda Bellei

Fonte: Notícias Agrícolas

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