Invasões de terra pelo MST em 2025 já superam todo o ano anterior; agro continua em alerta e cobrando soluções

Publicado em 09/05/2025 12:33 e atualizado em 12/05/2025 10:17
Levantamento da CNA aponta 53 casos nos primeiros quatro meses do ano, impulsionados por ações do MST, com Pernambuco e Bahia liderando o número de ocorrências.

Com um aumento preocupante, o número de invasões de terra nos quatro primeiros meses de 2025 já ultrapassa o total registrado em todo o ano anterior. O levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revela que, até o momento, foram contabilizados 53 casos em 2025, um aumento significativo em relação aos 46 casos reportados ao longo de 2024. 

Ainda de acordo com a Confederação, o Movimento Sem Terra foi responsável por 46 das 53 invasões ocorridas neste ano, em que o destaque foi  para os estados de Pernambuco (20 invasões) e Bahia (8 invasões). A tendência de crescimento é ainda mais preocupante ao se observar a comparação histórica: entre os anos de 2003 e 2006, em que mais de mil propriedades foram invadidas. 

Durante audiência pública realizada nesta terça-feira (6) pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (CAPADR), o líder da oposição na Câmara, deputado federal Zucco (PL-RS), confrontou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, com dados alarmantes sobre a escalada de invasões de propriedades rurais no Brasil.

“Essa escalada de invasões não é coincidência. É resultado direto de uma permissividade ideológica promovida pelo governo atual. Os produtores estão desamparados. A lei está sendo rasgada diante de todos nós”, criticou Zucco, que também apontou o silêncio do governo diante das ações do MST.

Deputados que integram a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ressaltaram o aumento no número de invasões promovidas pelo Movimento dos Sem Terra (MST) e suas ramificações sob a gestão do atual ministro do MDA, bem como o questionaram a respeito da presença de pessoas ligadas a esses movimentos em comitês que lutam pela paz no campo.

De acordo com advogado Frederico Buss, da HBS Advogados, os produtores rurais devem estar em alerta e cientes das providências a serem adotadas nas hipóteses de transgressões contra o direito de propriedade.

“Nos casos de movimentações suspeitas, ameaças ou invasões, é fundamental comunicar imediatamente os órgãos de segurança, assim como as entidades de classe representantes dos produtores na região e no Estado”, informou ao Notícias Agrícolas.

Após 20 dias de mobilização realizadas durante o Abril Vermelho, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Rio Grande do Sul (MST) continua acampado na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre.  

“As famílias aguardam retorno das negociações realizadas na semana passada com o governo do estado e o presidente do Incra, César Aldrighi, que retornará ao estado nesta quinta-feira (8)”, informou o movimento em nota oficial.

Por: Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Decisão do STF sobre marco temporal pode travar investimentos no campo e acirrar conflitos, avalia advogada
Comissão de Finanças aprova acesso de cooperativas aos fundos de desenvolvimento regional
CRA aprova avaliação do Programa Nacional de Reforma Agrária
Morosidade na análise de moléculas leva Comissão de Agricultura a cobrar posicionamento do Mapa
Mudança na tributação do arrendamento rural avança na Câmara
Sob relatoria de Lupion, CAPADR aprova novo marco para renegociação de dívidas rurais