Dívida grega e mercado de trabalho dos EUA centram as atenções em semana de pessimismo

Publicado em 12/03/2012 10:49
Cenário Econômico Semanal - 05 a 09/Março/2012.
Em semana marcada em maior parte pelo pessimismo dos mercados globais, os principais índices financeiros do Brasil e dos EUA registraram perdas acumuladas na semana que se encerrou nesta sexta-feira, apesar da divulgação de noticias positivas.

Cenário Externo 
 
Em especial, destaque para o plano de reestruturação da dívida soberana grega, que ganhou a adesão de 95,7% de seus credores, e ajudou a diminuir as quedas nas bolsas na última sessão. De acordo com a autoridade de Gestão da Dívida Pública (PDMA) da Grécia, o total da dívida renegociada foi de 197 bilhões de euros.

O país conseguiu fazer com que seus credores privados aceitassem receber apenas 46,5% do valor dos bônus (títulos que o governo emite para arrecadar dinheiro para o país e depois remunera a uma taxa de juros) a que tinham direito. Essa parcela de credores tem 152 bilhões de euros em dívida grega.

A eles se somam os possuidores do resto da dívida inscritos em leis diferentes da grega, que enviaram seu "consentimento" para proceder à reestruturação de seus títulos. Segundo os cálculos da PDMA, a soma destes dois tipos de bônus chegaria a 197 bilhões de euros, ou seja, 95,7% dos 206 bilhões em dívida a reestruturar.

Nos EUA, a semana foi de divulgação de poucos indicadores, porém, de grande importância. Destaque para os dados do mercado de trabalho do país, que apontaram para a abertura de 227 mil vagas de emprego, resultado acima do esperado, de 204 mil postos. A alta fez com que a taxa de desocupação se mantivesse estável no período, em 8,3%. As informações são do Departamento de Trabalho do país.

Já a consultoria ADP anunciou que as vagas de trabalho no setor privado aumentaram em 216 mil em fevereiro, liderado pelo setor prestador de serviços e pequenas empresas. O ganho de janeiro foi revisado para 173 mil a partir de uma estimativa anterior de 170 mil.

Além disso, investidores conheceram que a produtividade do trabalhador no país foi maior no quarto trimestre de 2011 do que era esperado, mas o custo de produção de bens e serviços saltou por causa de um forte aumento de salário por hora, segundo dados do governo revisados.

O Departamento de Trabalho divulgou que a produtividade subiu 0,9% nos três últimos meses de 2011, contra uma estimativa inicial de 0,7%, ao passo que o custo do trabalho subiu 1,2%, como anteriormente estimado.

Outro indicador importante, o ISM Service, divulgado pelo institute for Supply Management, expandiu-se a um ritmo maior do que o esperado em fevereiro. O indicador, composto pelas empresas do setor de serviços dos EUA - que emprega a maior parte da força de trabalho do país - registrou 57,3 pontos em fevereiro ante 56,8 em janeiro. A expectativa dos analistas de mercado era de que fossem registrados apenas 56 pontos neste período. Leituras a cima de 50 pontos indicam expansão em vez de contração.

Já os pedidos às fábricas norte-americanas recuaram 1% em janeiro, para US$ 462,6 bilhões, informou nesta segunda-feira o Departamento de Comércio do país. Em dezembro, o ganho foi revisado para 1,4%, contra estimativa inicial de alta de 1,1% das encomendas.

Destaque ainda para o déficit comercial dos EUA, que aumentou 4,3% em janeiro para 52,6 bilhões dólares, a maior diferença entre impostações e exportações desde outubro de 2008. O déficit comercial ficou acima da previsão dos analistas de mercado, de -U$ 48.8 bilhões.

Além disso, os estoques no atacado subiram 0,4% em janeiro, alta ligeiramente menor do que o esperado. Os economistas tinham previsto um aumento de cerca de 0,6% no período.

Ainda no cenário exteno, a China estabeleceu a menor meta de crescimento do país em oito anos, de 7,5%. O país reduziu a meta de crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) para 2012, contra o 9,2% alcançado no ano passado, a fim de reorientar o modelo de desenvolvimento econômico para o consumo interno.

Assim, o índice Dow Jones registrou variação negativa de 0,4% na semana, aos 12922 pontos, ao passo que o S&P teve +0,1%, aos 1370 pontos.
Fonte: Agência Enfoque

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