Suiá Missú: Forças policias recebem reforço para continuar desocupação

Publicado em 20/12/2012 10:53 e atualizado em 20/12/2012 11:30
A ação de desocupação das terras da gleba Suiá Missú, no nordeste do Mato Grosso, continua e, nesta quarta-feira (19), as tropas que estão na região do povoado de Posto da Mata receberam o reforço de mais 36 viaturas da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Exército. 

De acordo com informações do site de notícias Água Boa News, o comboio, que passou pelo município por volta das 10h, era composto por uma van branca, 21 caminhões do Exército com soldados, 1 caminhão tanque do Exército, 21 caminhonetes e 1 ônibus da Polícia Rodoviária Federal.

 

Segundo o produtor rural local Antero Cioccari, a movimentação dos veículos chamou a atenção da população e diz que todo o efetivo que segue para a área do conflito, a 300 km de Água Boa, passa por lá. Cioccari afirma ainda que os produtores de todo o estado do Mato Grosso estão se solidarizando com a situação do povo de Suiá Missú. "Não sabemos o que vai acontecer com toda aquea gente, e nós só podemos lamentar. É um sentimento de muita revolta, já que se trata de uma luta inglória", disse. 

Desde o início da ação, cerca de 41 fazendas já foram vistoriadas até o fim da última segunda-feira (17). Desse total, 18 propriedades já estariam desocupadas. A mobilização ainda efetiva das forças policiais indica, portanto, que as ações de despejo continuam sendo colocadas em prática e que as famílias, principalmente aquelas que não se encaixam nos projetos de reforma agrária, seguem sem destino. 


A comunicação na área do conflito está muito precária. Há mais de 30 dias os Correios não passam pelo local, por isso os moradores estão sem telefone já que não possuem suas contas para pagá-las. Além disso, os telefones celulares também não pegam. Por isso, a tomada de informações, principalmente na região do Posto da Mata, está mais complicada nessa semana. 

Informações da Agência da Notícia afirmam que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) informaram que não enviará um representante de suas comissões de direitos humanos para acompanhar a operação no local. 



Incra - Em meio ao conflito, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) oficializou a criação de mais um assentamento para alojar uma parte dos produtores rurais que estão sendo retirados da gleba.

O Projeto de Assentamento Casulo – PAC Vida Nova – ficará em uma distância de até 10 quilômetros da cidade e vai contar com 300 lotes de aproximadamente quatro hectares. Os terrenos serão destinados às pessoas que se encaixam em pré-requisitos do programa de reforma agrária, mas que desenvolvem outras atividades, como o comércio. 

Segundo informações da assessoria de comunicação do Incra MT, esse projeto é uma parceria com a prefeitura de Alto Boa Vista e, deverá ficar mais próximo da cidades, características diferenciam esse projeto dos demais de assentamento. Entre as atribuições do município estariam a instalação de redes de água e esgoto, postos de saúde e escolas. 

** Fotos: Site Água Boa News

Na Agência da Notícia: Incra anuncia novo assentamento

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) oficializou a criação de mais um assentamento para alojar parte dos produtores rurais que serão retirados da reserva indígena de Marãiwatsédé, em Alto Boa Vista (distante 1.064 quilômetros de Cuiabá). 

O Projeto de Assentamento Casulo – PAC Vida Nova – ficará numa distância de até 10 quilômetros da cidade e vai contar com 300 lotes de aproximadamente quatro hectares. Os terrenos serão destinados às pessoas que se encaixam em pré-requisitos do programa de reforma agrária, mas que desenvolvem outras atividades, como o comércio. 

Conforme a portaria publicada no Diário Oficial da União, o projeto será desenvolvido pelo Incra em parceria com a Prefeitura de Alto Boa Vista. Entre as atribuições do município estariam a instalação de redes de água e esgoto, postos de saúde e escolas. 

Para o prefeito Wanderley Perim (PR), a iniciativa é possível se também houver investimentos federais. Com a desocupação dos 165 mil hectares demarcados como terra dos índios xavantes, a cidade recebeu mais moradores e já passa por dificuldades, segundo ele. 

“Não temos infraestrutura para atender todos. O posto de saúde é o que mais está sofrendo, porque não consegue atender a demanda. Faltam medicamentos”, relata o republicano, que teme mais migrações. 

Até o momento cerca de 180 famílias se cadastraram junto ao Incra. Deste total, 80 foram consideradas aptas a serem transferidas para o assentamento rural Santa Rita, em Ribeirão Cascalheira. 

As demais, segundo moradores do distrito de Posto da Mata – principal núcleo urbano dentro da reserva -, têm procurado casas de parentes ou estão “acampadas” às margens de rodovias. 

Embora a força-tarefa de desintrusão tenha começado no último dia 10, o Incra só iniciou o assentamento dos desabrigados nesta terça-feira (18). Até agora apenas cinco famílias foram transferidas.
Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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