EUA pretende aumentar produção de milho para atender demanda global

Publicado em 25/09/2013 15:22
Países em desenvolvimento irão responder por 92% no aumento da demanda por carne, laticínios e grãos para produção de ração animal

Até 2022, a participação dos Estados Unidos nas exportações mundiais de milho deverá aumentar em 46%. Apenas o estado americano de Dakota do Sul prevê aumentar sua produção atual em 40 milhões de bushels para atender a demanda projetada, segundo Kim Dillivan, especialista em agronegócio da Universidade de Dakota do Sul. É o que mostra a matéria publicada pelo Capital Journal, site de informações do estado. 

"De acordo com o USDA, o aumento populacional e a renda média irá causar um crescimento na demanda por alimentos na próxima década, principalmente nos países em desenvolvimento. Em grande parte desses países, a demanda irá ultrapassar a produção interna, portanto terão que aumentar suas importações", explica Dillivan. "... haverá um aumento no consumo de alimentos ricos em proteína, por isso veremos uma maior demanda por carne e por commodities usadas na produção de ração animal". 

Crescimento populacional e econômico
O especialista em agronegócio ressalta ainda que, além de uma melhora geral na economia, o crescimento da população mundial terá um importante impacto na demanda por alimentos. "O aumento populacional está projetado em 1% ao ano na próxima década, o que está abaixo da média de 1,2% visto na última década. Boa parte do aumento populacional será registrado em países em desenvolvimento. Como resultado, em 2022, 82% da população mundial irá viver nesses países". 

Em 2010, 80% da população mundial morava em países em desenvolvimento, sendo 37% na Índia e na China. 

O crescimento econômico anual dos países em desenvolvimento está projetado em 5,6% no período entre 2012 e 2022, sendo que a China deverá registrar 7,8% e a Índia 7,5%. Dillivan afirma que os dois países deverão dobrar sua renda per capita na próxima década. Populações maiores e rendas mais altas irão gerar mais consumo de carne bovina, suína, aves e laticínios, já que as pessoas com renda baixa e média terão maior acesso a esses alimentos ricos em proteínas.       

"O aumento de importação de alimentos virá principalmente desses países em desenvolvimento... Estima-se que eles irão responder por 92% no aumento das importações de carne, grãos e oleaginosas", explica. 

México, África e Oriente Médio entre os maiores importadores
A África e o Oriente Médio serão responsáveis por um aumento de 50% nas importações mundiais de aves e carne vermelha, 20% dos grãos e 25% do óleo de soja.

O México também deverá aumentar sua demanda por carne. "Esse aumento no consumo de carne deverá estimular a expansão da indústria pecuária no México, além de estimular as importações de carne bovina, suína e de aves em 67%, 32% e 50%, respectivamente, até 2020. Na próxima década, o México deverá ser responsável por 25% do aumento na importação de suínos e aves".

Aumento da produção de milho nos EUA
Dillivan conta que, na safra 2013-2014, os EUA devem exportar 43,2 milhões de toneladas de milho - um pouco mais de 40% das exportações mundiais. Entre 2020 e 2023, espera-se que a participação americana seja de 46%, com 63,5 milhões de toneladas de milho.

"Se os produtores de milho em outros estados continuarem a produzir a mesma proporção do grão no país, e os EUA realmente exportarem 20,3 milhões de toneladas a mais em 2022-23 do que hoje, então Dakota do Sul terá de aumentar sua produção em quase 40 milhões de bushels, apenas para atender o aumento da demanda de exportação. Esse aumento não leva em conta qualquer mudança na demanda de milho por conta das exportações de gado", afirma o especialista.

EUA devem exportar menos soja
A demanda mundial por soja em grão, farelo e óleo de soja deverá continuar a ultrapassar a demanda por trigo e outros grãos. A Ásia será responsável pela maior demanda, com destaque para a China, que deverá responder por 90% do aumento das importações globais da oleaginosa. 

No entanto, Dillivan diz que a participação dos Estados Unidos nas exportações mundiais de soja irá cair 30%. Hoje, a participação do país é de 39,3%. Na safra de 2022 - 2023, os EUA deverão exportar 43,8 milhões de toneladas, o que representa um pequeno aumento em relação ao que é exportado hoje: 41,2 milhões de toneladas. 

Com informações de: capjournal.com 

Por: Fernanda Bellei
Fonte: Notícias Agrícolas

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