Demanda chinesa por alimentos deve aumentar com flexibilização da política do filho único

Publicado em 18/11/2013 16:43

A flexibilização da política chinesa que permite apenas um filho por casal deve aumentar em milhões o nascimento anual de bebês. Atualmente, 16 milhões de pessoas nascem todos os anos na China. Segundo o site australiano Business Spectator, esta mudança deverá trazer uma nova onda de demanda por alimentos, inicialmente por produtos nutricionais para bebês. 

O possível aumento da demanda chinesa por alimentos chama a atenção dos australianos, que estão investindo em produção para aumentar suas exportações para o mercado asiático. A China já é o maior parceiro comercial da Austrália e continua aumentando suas importações de alimentos industrializados australianos, como queijo e manteiga.         

EUA se prepara para exportar mais
O jornal norte-americano The Wall Street Journal também informa que o relaxamento da política familiar chinesa terá impacto na produção de commodities agrícolas dos Estados Unidos, que já exporta boa parte de sua soja, milho, carne suína e outros produtos para o gigante asiático. 

É difícil saber precisamente qual será o real impacto da nova política, pois irá depender de como será implantada e de como os casais irão responder a ela. Ainda assim, economistas afirmam que qualquer coisa que aumentar a população chinesa – que deverá atingir 1,4 bilhões em 2020 – deverá ter fará crescer a demanda por produtos agrícolas norte-americanos. 

A China deverá comprar mais milho, trigo, soja e farelo para alimentar frangos, suínos e gados para atender a demanda de sua crescente população. 

“Mais crianças chinesas significa mais demanda por laticínios e carne”, afirmou Dan Kowalski, economista do Banco Greenwood Village, que fornece empréstimos e financiamento de exportações para o agronegócio. “A China não será capaz de atender suas necessidades de milho e soja, portanto, dependerá de mais importações. Os Estados Unidos é o principal fornecedor da China e se tornará ainda mais importante ao longo do tempo”. 

Importações chinesas
De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a China deverá importar 7 milhões de toneladas de milho e 69 toneladas de soja dos Estados Unidos durante o ano comercial que se iniciou no dia 1 de outubro.

A maior parte dos grãos é utilizada para alimentar animais consumidos pela classe média chinesa, que consumiu 13,5 milhões de toneladas de frango e 52,7 milhões de toneladas de carne suína este ano. O USDA informa também que a China deverá importar 775 mil toneladas de carne suína em 2014.   

O PIB chinês subiu 7,8% no trimestre que s encerrou no dia 30 de setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. 

Os economistas Nathan Sheets e Robert A. Sockin informaram que a China está em uma fase de “deterioração demográfica” devido à política do filho único. O envelhecimento da população poderá reduzir em 3,25 pontos percentuais o crescimento econômico anual do país entre 2012 e 2030, em comparação com seu crescimento de dois dígitos registrado nas últimas décadas.           

Informações: The Wall Street Journal e Business Spectator 

Tradução: Fernanda Bellei

 

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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