Dólar tomba a R$2,22, menor nível em 6 meses, com pesquisa eleitoral e BC

Publicado em 07/04/2014 18:49

O dólar recuou fortemente nesta segunda-feira e fechou no patamar de 2,22 reais, menor nível desde o fim de outubro passado, com a constante atuação do Banco Central no mercado e após pesquisa mostrar queda na intenção de votos da presidente Dilma Rousseff para as eleições de outubro. É o segundo dia consecutivo em que o tombo da moeda supera 1 por cento, levando os agentes do mercado a acreditar que o patamar de 2,20 reais pode ser furado, tornando-se um aliado ainda maior no combate à inflação elevada. Mas, acrescentam, é cedo para afirmar que o dólar se firmaria neste nível.

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Na veja: Dólar cai a R$ 2,22, menor nível em seis meses

Moeda americana acumula queda 1,8% em apenas dois dias sob impacto dos leilões do BC e da queda de Dilma nas pesquisas

Dólar: moeda americana recuou mais de 1% nesta segunda-feira (Divulgação)

O dólar recuou nesta segunda-feira e fechou no patamar de 2,22 reais, menor nível desde o fim de outubro passado, com a constante atuação do Banco Central no mercado e após pesquisa mostrar queda na intenção de votos da presidente Dilma Rousseff para as eleições de outubro. É o segundo dia consecutivo em que o tombo da moeda supera 1%.

A divisa norte-americana recuou 1,06%, a 2,22 reais na venda, após fechar a sessão anterior com baixa de 1,70%. É o nível mais baixo no fechamento desde 30 de outubro, quando terminou o dia a 2,192 reais. Na mínima deste pregão, o dólar chegou a 2,2125 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,4 bilhão de dólares.

"Em condições normais, não haveria por que o mercado testar os 2,20 reais, mas com o atual humor e o BC continuando a vender dólar, é para lá que estamos caminhando", disse o operador de câmbio de um importante banco nacional.

A moeda norte-americana vem recuando fortemente nas últimas semanas em meio à melhora no apetite global por ativos de mercados emergentes e o quadro de fluxo cambial positivo no Brasil. Diante dessas perdas, o banco JPMorgan revisou sua projeção para a cotação do fim deste ano para 2,40 reais, ante previsão de 2,50 reais.

O mercado se questiona, no entanto, se o dólar tem fôlego para furar a barreira dos 2,20 reais e se sustentar naquele nível. As perspectivas econômicas do Brasil seguem preocupantes e tendem a pressionar a moeda para cima, mas a principal dúvida é se o BC permitirá que a divisa dos EUA fique ainda mais barata, possivelmente prejudicando as exportações.

"Se o BC continua vendendo dólares nesse patamar, o mercado interpreta que ele ainda está confortável com essa taxa de câmbio e abre espaço para que o mercado continue testando novos pisos", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Pela manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Todos os novos contratos vendidos vencem em 1º de dezembro deste ano e têm volume correspondente a 198,3 milhões de dólares. A autoridade monetária também ofertou swaps para 2 de março de 2015, mas não vendeu nenhum. Além disso, também vendeu a oferta total de até 10 mil swaps em leilão para rolagem dos contratos que vencem em 2 de maio. 

Nesta sessão, o viés de baixa veio também em reação à pesquisa Datafolha publicada no fim de semana. Segundo o levantamento, Dilma conta com 38% das intenções de voto, ante 44% na pesquisa de fevereiro. Mesmo assim, ela conseguiria se reeleger no primeiro turno.

As notícias vêm num momento em que os mercados financeiros mostram-se céticos em relação à condução da política econômica no país. "Daqui em diante, espere uma reação 'más notícias são boas notícias' dos mercados", escreveu em relatório o chefe de pesquisa para mercados emergentes do banco Nomura, Tony Volpon.

(Com Reuters)

Fonte: Reuters + VEJA

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