Empiricus: Atualizando números (e o tiro no pé)

Publicado em 05/08/2014 16:39

Volto com a palavra nesta terça-feira, após ceder o espaço na véspera para o Felipe Miranda, meu sócio e autor da tese do “Fim do Brasil”.

A polêmica insiste em dar mais pano para a manga, com nova matéria na Veja destacando que a “Censura petista faz consultoria quase duplicar sua base de clientes”.

Por linhas tortas, a “assessoria de imprensa da censura” nos colocou nas páginas dos principais jornais e revistas com grande exposição.  Hoje, o M5M chega para aproximadamente 500 mil leitores diários, contando base da Empiricus e parceiros, e, no que tange ao texto taxado de “terrorismo econômico”, a subscrição de fato dobrou com a maior exposição.

Obviamente, mais pessoas conheceram o nosso trabalho por conta do episódio de censura. Inegável. Agora, as pessoas só são estão se tornando clientes (há uma diferença entre exposição e assinatura) não por se identificarem com a censura, mas por reconhecem que há uma algo relevante ali, que inclusive já estavam incomodando o cidadão comum.

00:45- Dois pesos, umas 19 medidas

A Lei Eleitoral proíbe propaganda eleitoral paga na internet, esse foi o mote da intervenção do TSE nos anúncios da Empiricus.

Nossa defesa, além de refutar qualquer possibilidade de financiamento ou associação a algum dos candidatos, menciona casos em que o próprio presidente do PT, Rui Falcão, admite publicamente no programa Roda Viva que há militantes trabalhando na internet em prol do partido...

Dentre eles, cita Luís Nassif e Paulo Henrique Amorin. Ao visitar suas páginas, pululam anúncios de estatais (governo).  O governo, através das estatais, financia blogs e militantes e esses, coincidentemente, passam a falar bem do governo e mal do resto, entendeu?

Nesta terça, a polêmica envolve a conta de Twitter Dilma Bolada, que, segundo a Folha de S. Paulo, é consultor contratado para a campanha da situação.

Twitter - Dilma Bolada


Por aqui, ganhamos dinheiro não com a publicidade de estatais ou o financiamento de qualquer partido, mas sim com a venda de conteúdo aos clientes. Simples assim.

Portanto, vamos ao que interessa: conteúdo.


01:34- Conteúdo grátis

Em meio a tantas notícias desfavoráveis da economia, temos uma ótima notícia...

Para atestar que a nossa tese é construtiva, assinantes da série Fim do Brasil passarão a receber diariamente o conteúdo do Vida PRO, newsletter diária da Empiricus produzida por Rodolfo Amstalden (que não é o Roberto Altenhofen): antes da abertura dos mercados, pela manhã, ele traz um rápido resumo dos principais eventos econômicos do dia e a abordagem de cinco investimentos que estão sob os holofotes naquele momento, com viés de curto e longo prazo.

Abaixo, uma palhinha do Vida PRO de hoje:

+ ITUB4 (CP: compra, LP: compra)

Conforme nossas expectativas, Itaú levou fácil o troféu de melhor resultado do 2T14 dentre os bancos. ROE de recorrente de 23,7% significou um lucro recorde de quase R$ 5 bilhões. Despesas com PDD subiram 5% QoQ, mas margem financeira com juros veio a ritmo maior, de 7%. Resultado de tesouraria ajudou bastante, assim como tarifas e seguros. Ao contrário de Bradesco, Santander e BB, a inadimplência do Itaú continua caindo. Com NPLs controlados e maior controle de despesas, vemos resultados excepcionais também nos próximos trimestres.


02:02- A linha branca e o espírito animal (seção crescimento)

De janeiro a junho, o número de eletrodomésticos comercializados da indústria para o comércio caiu 12%, levando o setor de linha branca ao pior desempenho dos últimos 10 anos.

Face ao descasamento entre oferta e demanda, representantes do setor já negociam com os sindicatos demissões e a suspensão de contratos de trabalho.

Lembrando que a linha branca é um dos principais setores estímulos, tanto fiscal (redução de IPI) quanto de crédito (Minha Casa Melhor). Ou seja, chegou ao pior cenário em 10 anos ainda em um ambiente estimulado...

Mais uma vez: desoneração e benefício tributário não são política industrial. Empresário não quer ser protegido. Ele quer regras claras e ser devidamente remunerado pela tomada de risco.

02:39- Encrenca (seção inflação)

A Aneel começa a reconhecer que o aumento no preço da conta de energia tende a ser maior do que ela vinha alarmando. O repasse do socorro dado às distribuidoras deve custar ao consumidor um repasse de pelo menos 14%.

No centro do debate, há o represamento de preços de combustíveis, energia e câmbio.

Trocando em miúdos, a inflação, que está no teto da meta, estaria bem acima da banda não fossem tais medidas. Mas uma hora a conta chega, inevitável. E a conta de luz é só uma delas.

É como disse hoje o economista palmeirense Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos conselheiros econômicos do governo: “a gente não pode se enganar”.

Independentemente de quem seja o próximo presidente, ele terá de conviver com duas “encrencas”, que são reajustar o preço da gasolina e deixar o dólar subir.

Segundo Belluzzo, “será muito difícil impedir pelo menos um trimestre de recessão”.


03:13- O argumento social

Sob a velha roupagem da luta de classes, tenho recebido com alguma frequência o argumento de que a assunção de prejuízos pela Petrobras é uma estratégia válida, de “utilizar a riqueza do país para um papel social mais amplo, contra o benéficio de alguns poucos acionistas”.

Entendo ser uma visão rasa e distorcida. Primeiro, que a Petrobras tem em sua base de acionistas milhares de brasileiros, de forma direta ou através da aplicação de seu FGTS. Estamos mexendo com a poupança do cidadão comum, do trabalhador.

Segundo - mas não menos óbvio - que trata-se de uma estratégia insustentável, que, à perpetuidade, culminaria na inviabilidade da empresa. Pode tapar o buraco até as eleições, mas não vai muito além disso.

03:49- O negócio de R$ 20 bilhões

Passando aos destaques do noticiário corporativo, o holofote do dia, além da temporada de resultados, recai sobre a oferta de cerca de R$ 20 bilhões do grupo espanhol Telefónica pela brasileira GVT.

Desde os tempos que era listada na Bolsa, a GVT, agora unidade tupiniquim do grupo francês Vivendi, é reconhecidamente um excelente ativo.

Por outro lado...

Sob a ótica da Telefónica (VIVT4), é sempre difícil integral um cara desse tamanho.


04:13- A sinuca de bico da TIM

Sob a ótica da TIM é ainda pior, pois você tira a hipótese mais recente de TIM se associar à GVT.

TIM está claramente à venda - por isso suas ações estão tão caras.

Grosso modo, ela tinha duas cartas na manga:

(i) fusão com a GVT
(ii) alguma das outras três teles viesse a comprar.

Bom, se a Oi se juntou com Portugal Telecom e a Telefônica pode comprar a GVT, resta, para a TIM, ficar rezando para a Claro ou uma Vodafone da vida bater à sua porta.

Você é adepto da reza nos seus investimentos?

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Fonte:
Empiricus

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