Focus: Mercado reduz de novo previsão de expansão do PIB em 2014, para 0,81%
O mercado voltou a reduzir a projeção de avanço da economia brasileira para este ano. Após 11 alterações seguidas, a estimativa é de um crescimento de 0,81% em 2014. As informações constam do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC). No documento anterior, a previsão era de que o Produto Interno Bruto (PIB) tivesse expansão de 0,86%.
Os analistas consultados pela autoridade monetária também reduziram a projeção para o desempenho econômico em 2015. Após manter em 1,50% de avanço a previsão por cinco semanas, a expectativa agora é que o PIB cresça 1,20% no próximo ano.
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Em VEJA: Mercado reduz pela 11ª vez projeção para o PIB de 2014
Analistas ouvidos para o relatório Focus do BC acreditam em alta de apenas 0,81% neste ano. Estimativa de inflação também caiu, para 6,26%
Para 2015, os economistas esperam avanço do PIB de apenas 1,20% (Thomas Kienzle/AFP/VEJA)
Economistas de instituições financeiras reduziram de novo a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, passando-a de 0,86% para 0,81%, conforme mostra o relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira. Esta é a 11ª semana seguida que o mercado reduz a expectativa de expansão econômica em uma clara indicação de que o ano pode ser de estagnação. O resultado do PIB do segundo trimestre será conhecido no dia 29 de agosto. Entre janeiro e março, o PIB cresceu apenas 0,2% na comparação com o quarto trimestre de 2013.
VEJA Mercados - PIB: Consultorias já trabalham com 0,5%
Para 2015, os economistas ouvidos pelo BC também diminuíram sua expectativa com relação ao crescimento da economia brasileira: agora eles esperam avanço de apenas 1,20% contra 1,50% na semana passada.
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No caso da inflação, o mercado aliviou um pouco a projeção para 2014. Os analistas estimam uma alta de 6,26% nos preços ao consumidor neste ano, pouco abaixo da esperada anteriormente, de 6,39%. Para 2015, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) deve crescer 6,25%. Parte deste 'alívio' se deu após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrar desaceleração da inflação entre junho e julho. Contudo, em 12 meses, o índice já subiu 6,5%, no limite do intervalo da meta. Mesmo assim, o mercado espera que a Selic, taxa básica de juros, termine o ano no atual patamar, de 11%, e 2015 em 12%.
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(Com agência Reuters)
PIB: Consultorias já trabalham com 0,5%
Várias consultorias independentes — pagas para aconselhar bancos e grandes empresas sobre o que vai acontecer na economia — estão revisando sua projeção de crescimento do PIB deste ano para 0,5%, com viés de baixa.
O número é chocante tendo em vista que na última pesquisa FOCUS do Banco Central, que apura uma média das opiniões de mais de 100 bancos e corretoras, a expectativa para o PIB deste ano acabou de ser revisada de mais de 1% para 0,86%.
Além disso, pelo menos dois grandes bancos estão mantendo projeções bem acima destas médias em seus relatórios para consumo externo, enquanto trabalham, internamente, com números em linha com o das consultorias. Os economistas citam o ‘efeito Santander’.
“Se você me dissesse há alguns meses que a economia poderia crescer zero este ano, eu diria que você está maluco,” diz o economista de um destes bancos. “O governo está subestimando a velocidade com que a economia está piorando.”
Por Geraldo Samor