Na Veja: Dilma admite condução 'defensiva' da economia na crise

Publicado em 12/09/2014 15:21

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que teve uma política defensiva na economia em relação à crise mundial. Ao ser questionada se mudaria a condução econômica em um eventual segundo mandato, demonstrou irritação: afirmou que esse "tipo de colocação é estagnada". "A gente muda com a realidade. Assumo que tive uma política defensiva em relação a crise". Dilma participou de uma sabatina promovida pelo jornal O Globo. O protecionismo adotado pelo governo tem sido defendido pela presidente, no âmbito de sua estratégia de afirmar que 'salvou' empregos no país. As medidas protecionistas, contudo, são alvo frequentes das críticas de outros países e de analistas de mercado. Dilma disse também que o Brasil vive hoje uma "crise de representatividade" - e que voltará a tentar uma consulta popular sobre reforma política, caso reeleita.

A petista afirmou que pretende consultar a população acerca de cinco pontos, embora tenha detalhado apenas dois:  como financiamento publico de campanha e tempo de mandato. Não por acaso, o financiamento público de campanha é de grande interesse do PT. Com o fim do financiamento privado, a maior parte do dinheiro teria de sair dos cofres públicos. E a divisão seria feita de acordo com o tamanho das bancadas, o que favoreceria os maiores partidos. A presidente chegou, inclusive, a colocar o tema na lista de perguntas de seu fracassado plebiscito em resposta às manifestações de junho do ano passado. Dilma disse que, apesar da 'crise de representatividade', há partidos no Brasil com compromissos históricos, como PT e PMDB. Aproveitou, inclusive, para desvincular sua legenda dos escândalos envolvendo petistas. "É claro que houve os que erraram, mas não se pode crucificar o partido".

Leia a notícia na íntegra no site da Veja.

 

Investimentos

Subsídios do Tesouro ao BNDES já somam R$ 23 bi

O valor é mais do que o dobro do subsídio de R$ 10,6 bilhões verificado no ano passado

Governo já repassou R$ 400 bilhões ao BNDES desde 2009 (Vanderlei Almeida/AFP/VEJA)

De 2009 até hoje, o governo já repassou R$ 400 bilhões ao banco

O governo calculou em cerca de 23 bilhões de reais o custo do subsídio concedido pelo Tesouro Nacional nos empréstimos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2014, segundo apurou a ‘Agência Estado’. O valor é mais do que o dobro do subsídio de 10,6 bilhões de reais verificado no ano passado.

Os empréstimos ao BNDES contêm um subsídio chamado de "implícito", representado pela diferença entre o custo de captação do Tesouro ao se financiar (vendendo seus títulos ao mercado) e a remuneração que recebe do BNDES pelos aportes. Os empréstimos foram repassados ao banco por meio de títulos públicos.

O custo elevado desses subsídios aumenta a dívida pública brasileira e tem sido alvo de críticas da política econômica do governo Dilma Rousseff por garantir recursos ao banco de desenvolvimento para financiar os empréstimos às empresas com taxas mais baratas. Essa política também vem sendo contestada pelas agências internacionais de classificação de risco.

A estimativa inicial era de que o subsídio ficaria em torno de 15,6 bilhões de reais em 2014. A projeção aumentou por causa do impacto da alta da taxa Selic, hoje em 11% ao ano. Ela tem impacto no subsídio porque fica mais caro para o Tesouro se financiar no mercado. Já o BNDES paga os empréstimos ao Tesouro com correção pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje na casa dos 5% ao ano. Procurado, o Tesouro não comentou o assunto.

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Oposição - De acordo com uma fonte do Ministério da Fazenda, o valor do subsídio será encaminhado nos próximos dias ao Congresso Nacional como informação complementar à proposta de Orçamento de 2015 elaborada pelo Executivo. 

Há uma preocupação na área econômica de que o custo mais alto do que o previsto inicialmente possa ser usado na campanha eleitoral pelos candidatos de oposição à presidente Dilma Rousseff.

O primeiro grande empréstimo do Tesouro ao BNDES, de 100 bilhões de reais, foi concedido em 2009, como resposta à crise financeira internacional que abateu a economia brasileira. O objetivo do empréstimo era alavancar os investimentos e o crescimento da economia. De lá para cá, o governo já repassou 400 bilhões de reais ao banco. O último empréstimo, no valor de 30 bilhões de reais, foi repassado em junho deste ano. 

O reforço no caixa do banco, que não causa impacto diretamente sobre o superávit primário das contas públicas, acabou sendo usado, nos últimos anos, em triangulações financeiras feitas pelo Tesouro para reforçar as receitas do governo e garantir o cumprimento da meta fiscal. Por causa da reação negativa do mercado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu no ano passado reduzir os aportes ao BNDES. 

Fonte: Veja.com

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