Dólar a R$2,40 é piso bom para indústria, diz ministro

Publicado em 07/10/2014 14:19

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, disse nesta terça-feira que o câmbio de 2,40 reais por dólar é um piso ideal para a indústria brasileira.

"O mais importante é ter estabilidade, mas para a indústria o piso ideal é 2,40", afirmou a jornalistas após participar de congresso da indústria de papel e celulose. "É hoje algo realista."

O dólar tem subido contra o real nas últimas semanas, diante da volatilidade ligada à corrida presidencial e temores de que os Estados Unidos antecipem um ciclo de alta dos juros.

Além da volatilidade do câmbio, a balança comercial brasileira tem refletido a menor atividade econômica de várias grandes economias internacionais, incluindo Europa e China, o que tem derrubado os preços de importantes itens da pauta brasileira de exportações, como minério de ferro e soja.

Segundo Borges, esse cenário deve seguir impactando o fluxo de comércio internacional do país ao longo de 2015, embora tenha previsto que o saldo entre exportações e importações deverá seguir positivo para o país.

"Está havendo uma mudança dos termos de troca por causa das condições econômicas e vamos continuar tendo pressão", disse. "Mas acho que já estamos chegando ao piso dos preços, não é uma trajetória sem fim."

Para enfrentar esse cenário, disse Borges, a indústria brasileira tem que ganhar competitividade. Nesse sentido, ele afirmou que o governo federal já tem pronto um plano de modernização fabril, cujo objetivo é reduzir a idade média das máquinas e equipamentos, dos atuais 17 anos para a faixa de 7 a 8 anos. "Isso é parte da nova política industrial do governo", disse ele.

Em outra frente, Borges declarou que o governo federal está pronto para usar mecanismos de proteção aprovados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para proteger o país do que ele chamou de importações desleais.

O ministro descartou que haja discussões no sentido de promover maior abertura comercial do país, a menos que o governo enxergue vantagens nisso.

"Não concordamos com as propostas de outros candidatos (à presidência da República)", disse, sem mencionar diretamente Aécio Neves (PSDB) candidato de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff, que tenta reeleição, para maior abertura comercial do país.

(Por Aluísio Alves)

Fonte: Reuters

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