Dilma vence Aécio por 3,28 pontos - 51,64% a 48,36%
TOTALIZADAS99,62%
-
Dilma / PT
Matematicamente eleito no 2º turno
51,60%54.285.132 -
Aécio Neves / PSDB48,40%50.919.255
-
BRANCOS/NULOS6,35%(7.124.533)
-
ABSTENÇÃO21,08%(30.007.349)
A difícil vitória que reconduziu Dilma Rousseff à Presidência da República irá desembocar numa tensa dinâmica entre a mandatária e aqueles que a apoiam.
O caso mais óbvio é o do PT, o partido ao qual apenas se filiou em 2000 e onde nunca foi vista como um "quadro" orgânico.
Escorada no marqueteiro João Santana, Dilma tocou sua campanha ouvindo menos o seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, do que em 2010 –quando ele era o criador e ela, a criatura no pleito.
Tomou decisões temerárias, a última sendo a de enfrentar judicialmente a revista "Veja" por trazer o depoimento do doleiro Alberto Youssef que cita a ela e a Lula como conhecedores do esquema de corrupção na Petrobras.
Se por um lado mostrou rapidez de reação, por outro garantiu visibilidade ao assunto já no horário eleitoral derradeiro do segundo turno –sem falar do debate da Rede Globo e da cobertura do sábado que antecedeu o pleito. Teve até de lidar com uma boataria normalmente associada a seus apoiadores, a que espalhou a suposta morte do doleiro por envenenamento.
Como no episódio de março em que quis distribuir culpas pela compra da refinaria de Pasadena, um dos elementos do escândalo da Petrobras, o tiro dirigiu-se ao pé.
Mas ao fim Dilma está eleita, o que deverá aumentar sua certeza de que fez tudo certo. Assim como na economia, a presidente é refratária a quaisquer críticas e sempre tem uma adversativa na ponta da língua para quem cita eventuais erros.
Isso deverá reforçar o grupo dilmista do governo, com Aloizio Mercadante (PT) à frente. O desastre eleitoral petista em São Paulo caiu no colo do entorno de Lula e na figura do próprio ex-presidente, que pela primeira vez em anos está tendo sua "mágica eleitoral" contestada –seus "postes" não ganharam eleição em nenhum Estado, e o principal governo petista, o de Minas, será tocado por um expoente dilmista, Fernando Pimentel.
Só que, como num Estado absolutista, o PT é Lula. Ele deverá tentar influenciar mais, ou ao menos expor mais suas ideias, durante o segundo mandato de Dilma. E isso levará a um natural tensionamento –embora interlocutores de ambos sempre estejam a postos para negar qualquer chance de ruptura.
O problema do PT se chama Petrobras. Se o escândalo crescer para o tamanho que muitos preveem em Brasília, com a implicação direta de Lula e Dilma ou não, o partido passará por um baque ainda maior do que o recebido no mensalão.
Novas lideranças, como Pimentel ou o ex-governador baiano Jaques Wagner, deverão sobressair-se –caso não sejam envolvidos nas denúncias. O grupo paulista do PT, que orbita Lula, tende a perder força.
Como o caso envolve o gigante PMDB e aliados de peso como o PP, a base aliada poderá sofrer baixas, com expoentes do Congresso enfrentando a Justiça. Isso, mais a fragmentação de bancadas que saiu das urnas no dia 5 de outubro, gera o caldo perfeito para uma gestão marcada por acordos comezinhos e fisiologia.
Esse quadro conturbado na política irá de encontro à provável tempestade que atingirá a Bolsa de Valores hoje. O mercado não aprova o governo Dilma, e dentro do governo há pessoas trabalhando com um cenário de extrema volatilidade até o fim do ano, com o dólar podendo bater em R$ 3.
Se isso é parte da ciranda natural do mercado, o fato é que um dólar alto demais tem impacto inflacionário. Como há diversos reajustes represados e problemas sérios nas contas do governo, a "tempestade perfeita" que havia sido prevista para 2014 pode atingir seu máximo no ano que vem.
Com um cenário adverso, há o temor de que a polarização que atingiu o paroxismo nas redes sociais não só se mantenha nelas, influenciando o eleitor de camadas urbanas, mas que espraie para a vida real. Como os casos mais graves foram em seu próprio campo na campanha, contudo, esse medo não parece muito justificável.
Entre petistas, há a esperança de que a difícil vitória sobre Aécio traga comedimento a Dilma, e que ela ouça mais o partido. Só que, entre muitos de seu entorno, a expectativa é oposta. Serão dias turbulentos para a primeira mulher reeleita presidente do Brasil.
Minas impõe derrota a Aécio
Candidata à presidência pelo PT, Dilma Rousseff, e Fernando Pimentel, candidato ao governo de Minas Gerais, visitam o bairro de Venda Nova, região norte de Belo Horizonte (MG) (Douglas Magno/VEJA)
Foi em Minas Gerais, estado administrado por Aécio Neves (PSDB) de 2003 a 2010, que a eleição presidencial deste ano se decidiu – em desfavor do tucano. O resultado das urnas mostra que a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) obteve quase 550.000 votos de vantagem no estado: 5.977.539 eleitores mineiros votaram em Dilma, e 5.427.597 optaram por Aécio.
A petista já havia derrotado o tucano em Minas Gerais no primeiro turno, fazendo dobradinha com seu correligionário Fernando Pimentel (PT), eleito governador contra o tucano Pimenta da Veiga. O revés em seu estado natal acendeu a luz amarela para Aécio, cuja campanha no entanto não foi capaz de reverter a desvantagem. Para aliados, dois fatores pesaram: o candidato "descuidou" de Minas, reduzindo agendas nos primeiros meses de campanha, porque esperava uma ampla dianteira, e errou na escolha de Pimenta da Veiga para o governo.
Reveja abaixo a videoreportagem que retrata o cenário dividido da eleição em solo mineiro.
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