Petrobras anuncia aumento de 3% na gasolina e 5% no diesel

Publicado em 06/11/2014 19:17
em veja.com

A Petrobras informou no início da noite desta quinta-feira que reajustará o preço de venda da gasolina em 3% e o do diesel em 5% nas refinarias, a partir da 0 hora desta sexta-feira. Em comunicado ao mercado, a estatal informou que "os preços da gasolina e do diesel sobre os quais incide o reajuste anunciado não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS".

O reajuste era amplamente esperado pelo mercado e deve dar algum alívio para o caixa da estatal, mas pressionar a inflação que já está rondando acima do teto da meta do governo em doze meses.

O reajuste, que terá impacto na bomba de combustível, foi divulgado após a Petrobras ter indicado em notas, na terça-feira e na quarta-feira, que não havia decisão quanto ao aumento de preços. Este é o primeiro aumento dos combustíveis desde novembro de 2013, quando a gasolina subiu 4%, e o diesel, 8%. A expectativa é de que o reajuste fosse anunciado após a reunião do Conselho de Administração, realizada em Brasília, na terça-feira, o que não ocorreu embora o governo tivesse autorizado o aumento dos preços.

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A alta de preços dos combustíveis deve dar algum fôlego para a empresa que tem um dos maiores planos de investimento do mundo corporativo, com dívida crescente, fator que levou a agência de classificação de risco Moody's a rebaixar o rating da Petrobras em outubro. 

A política de preços da Petrobras prevê reajustes anuais capazes de equilibrar os valores cobrados no Brasil com aqueles praticados no exterior. Desde 2012, contudo, os reajustes são alvo de intensos debates no Palácio do Planalto. Primeiramente, foram represados como forma de conter o avanço inflacionário. Mas, diante dos prejuízos bilionários que a empresa passou a acumular com o congelamento, o governo se viu obrigado a autorizar reajustes, ainda que moderados. Sem a elevação dos preços, é a diretoria de Abastecimento da estatal que absorve a diferença entre os valores pagos com a importação de gasolina e aqueles cobrados no Brasil.

Na teoria, a política de preços da estatal deve ser definida por sua diretoria executiva, e passa por aprovação do Conselho de Administração. Contudo, na prática, como a elevação está fortemente ligada ao avanço da inflação, a decisão deixou de ser técnica e se tornou política.

(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

Na Reuters: Petrobras eleva preços da gasolina em 3% e do diesel em 5% nas refinarias

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras anunciou nesta quinta-feira reajuste médio de 3 por cento nos preços da gasolina e de 5 por cento do diesel nas refinarias, a partir da 0h desta sexta-feira.

O reajuste era amplamente esperado pelo mercado e deve dar algum alívio para o caixa da estatal, mas pressionar a inflação que já está rondando acima do teto da meta do governo em 12 meses.

A reajuste, que terá impacto na bomba de combustível, foi divulgado após a Petrobras ter indicado em notas, na terça-feira e na quarta-feira, que não havia decisão quanto ao aumento de preços. Este é o primeiro aumento dos combustíveis desde novembro de 2013, quando a gasolina subiu 4 por cento e o diesel 8 por cento.

O mercado esperava que o reajuste pudesse ter sido anunciado após a reunião do Conselho de Administração, realizada em Brasília, na terça-feira.

O aumento de preços dos combustíveis deve dar algum fôlego para a empresa que tem um dos maiores planos de investimento do mundo corporativo, com dívida crescente, fator que levou a agência de classificação de risco Moody's a rebaixar o rating da Petrobras em outubro.

Mas o reajuste neste momento pode inviabilizar o cumprimento da meta de inflação neste ano, que já está rodando acima do teto no acumulado de 12 meses.

(Por Roberto Samora)

Dilma reconhece inflação e promete olhar gastos "com lupa", dizem jornais

(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta quinta-feira que o aumento da inflação é um problema e prometeu, em entrevista aos quatro principais jornais do país, que vai realizar cortes nos gastos governamentais para ajudar a controlar o aumento dos preços.

Dilma disse que o governo vai ter de "fazer o dever de casa" e apertar o controle sobre a inflação, informaram os jornais Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico em seus sites. A presidente também prometeu analisar os gastos do governo "com lupa".

"Nós temos um problema interno com a inflação", disse Dilma, segundo os jornais. "Vamos ter de apertar o controle da inflação."

Na entrevista no Palácio do Planalto, Dilma também afirmou que "sempre haverá gastos para cortar" e, de acordo com as publicações, sinalizou que o controle da inflação será feito por meio de cortes de gastos, e não somente com a elevação da taxa de juros.

"Vamos fazer o dever de casa, apertar o controle da inflação e teremos limites fiscais. Vamos reduzir os gastos. Vamos olhar todas as contas com lupa e ver o que pode ser reduzido e o que pode ser cortado. Temos que fazer um ajuste em várias coisas, várias contas podem ser reduzidas", afirmou a presidente na entrevista.

A presidente não deu detalhes sobre as áreas que seriam alvos de redução de gastos mas, de acordo com o Valor, sinalizou que deve revisar as regras das pensões por morte, dos abonos salariais e do seguro-desemprego, que a presidente classificou, segundo o jornal, como "um grande patrocinador de fraudes".

A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em 12 meses até setembro ficou em 6,75 por cento, acima do teto meta do governo, que é de 4,5 por cento ao ano, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais. Nesta sexta-feira, o IBGE divulga o IPCA de outubro, e a expectativa é que o índice tenha desacelerado, mas que se mantenha acima do teto da meta em 12 meses. [nL1N0SU1HE]

Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa básica de juros para 11,25 por cento ao ano e, nesta quinta, a ata da reunião sinalizou que novas elevações de juros estão a caminho. [nL1N0SW0MI]

"LOROTA"

Na entrevista, Dilma rejeitou e classificou como "lorota" a ideia de reduzir o número de ministérios, atualmente em 39. O número de ministério foi criticado durante a campanha eleitoral pelo candidato derrotado no segundo turno, senador Aécio Neves (PSDB-MG).

A presidente também voltou a dizer que o nome do novo ministro da Fazenda será anunciado após a reunião do G20, que acontece entre 15 e 16 de novembro na Austrália.

Dilma afirmou ainda que não existe uma "receita prontinha" para colocar a economia brasileira de volta no caminho do crescimento, mas assim como fez durante a campanha, prometeu que não vai elevar o desemprego.

As denúncias de desvio de recursos da Petrobras para partidos de sua base aliada, feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa dentro da Operação Lava Jato da Polícia Federal, também foram comentadas durante a entrevista. Dilma disse, segundo os jornais, que as investigações do episódio representam uma oportunidade de acabar com a impunidade.

"A operação trouxe o momento para acabar com a impunidade no país. Não vou engavetar nada, não vou pressionar para não investigar, quero todos os responsáveis punidos."

(Por Eduardo Simões)

Mais uma conta no colar de estelionatos de Dilma: saiu o reajuste dos combustíveis. Que tal um Datafolha para saber se eleitorado endossaria o voto, como se fez em SP?

Pois é… A Petrobras anunciou há pouco o reajuste de combustíveis na refinaria a partir da zero hora: 3% da gasolina e 5% do diesel. O governo pode estar juntando o ruim ao pior. É claro que os consumidores ficarão insatisfeitos, e a muitos não escapará que o segundo turno aconteceu há meros 11 dias. No intervalo, já houve elevação da taxa de juros e elevação das tarifas de energia elétrica. Só isso? Não! Dados ruins sobre a economia, que estavam represados, foram divulgados. O estelionato eleitoral é evidente.

Mais: o reajuste está bem abaixo do que o mercado esperava e do que seria razoável para recompor o caixa do Petrobras. Como já se escreveu aqui, o governo petista usou a empresa para fazer política econômica rasteira e evitar um aumento da inflação — que estava alta por outros fatores. Assim, vendeu combustível aqui dentro a um preço inferior ao custo de importação — sim, uma parte é importada; a autossuficiência brasileira foi mais uma das bravatas de Lula. A dívida da Petrobras, em cinco anos, saltou de R$ 71,5 bilhões (2009) para R$ 241,3 bilhões. Pelos menos R$ 60 bilhões desse valor se devem à defasagem do preço nos combustíveis. Ocorre que, agora, o preço do barril do petróleo caiu, de US$ 100 para US$ 85, e as perdas deixaram de acontecer. Mas sobrou a dívida, que precisa de uma resposta.

O pequeno reajuste é insuficiente para recompor o caixa no ritmo necessário. Isso significa que a Petrobras continua a ser usada como mero instrumento de política econômica. Há o risco, vamos ver, de os mercados reagirem mal à medida, em vez de se animarem. Não custa lembrar que Graça Foster, presidente da estatal, defendia um aumento de 8% — era o considerado necessário para diminuir o rombo num prazo aceitável.

É crescente nas ruas a constatação de que o governo enganou os eleitores sobre a real situação do país. Mais do que isso: medidas corretivas foram postergadas ao máximo e eram urgentes, daí que não puderam esperar nem pelo segundo mandato. Pois é… Tão logo o aumento chegue ao bolso do consumidor, seria interessante o Datafolha indagar em quem o eleitorado votaria hoje. O instituto fez isso em São Paulo, quando a crise de água se tornou mais aguda. Alckmin ainda venceria no primeiro turno. Será que Dilma continuaria a vencer no segundo? É uma curiosidade.

Por Reinaldo Azevedo

Reajuste do combustível será nas refinarias, a partir da meia-noite. Diesel sobe 5%

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Petrobras anunciou reajuste a parir da 0 hora de sexta-feira (Ricardo Moraes/Reuters/VEJA)

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Fonte:
veja.com + Reuters

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